Os aprovados no concurso de 2024 da Caixa seguem em luta, com o apoio do Sindicato dos Bancários de Brasília e da Fetec/CUT-CN, para serem incluídos no Cadastro de Reserva (CR), por terem atingido o desempenho exigido em todas as etapas do concurso da Caixa Econômica Federal - a classificação é apenas a forma de organizar os aprovados, não um novo filtro eliminatório.
Nesta quinta-feira (11), às 11h, haverá uma nova manifestação em frente ao prédio da Matriz 1 da Caixa, em defesa de uma solução definitiva que assegure a inclusão dos aprovados no CR.
Desde a realização do concurso, os aprovados porém não incluídos no CR, organizaram inúmeras ações em busca dessa inclusão. Audiências públicas já foram realizadas, e o Ministério Público Federal se manifestou pela ampliação do CR, o que não viola o Termo de Ajustamento de Conduta, baseado em situações semelhantes que ocorreram em outros concursos federais. Com base em dados oficiais, o MPF reconheceu que não existe impedimento legal para a ampliação, sobretudo diante da falta de pessoal que já compromete a atividade-fim da Caixa.
A Comissão dos Excedentes esteve reunida diversas vezes com dirigentes da instituição, que, até aqui, permanecem resistentes em adotar uma solução administrativa capaz de atender tanto às necessidades do banco quanto ao interesse público. A ampliação do CR é medida alinhada ao princípio da economicidade, evita gastos com novos concursos, fortalece a Caixa e melhora de forma imediata os serviços prestados à população.
Outro ponto de controvérsia foi a justificativa da Caixa de que não poderia divulgar a lista completa com as posições e notas dos milhares de aprovados, alegando necessidade de proteção de dados pessoais. Juristas afirmam que a interpretação da direção da Caixa está equivocada: notas de concurso público não são dados sensíveis e sempre foram divulgadas por órgãos públicos em todo o país. A Caixa, ao não publicar a classificação completa, acabou violando o próprio princípio da publicidade previsto na Constituição.
Na prática, o concurso de 2024 corrigiu 6.000 redações, mas só divulgou a classificação de 2.000 candidatos, número insuficiente para suprir as necessidades reais da instituição. Relatórios internos mostram desistências e eliminações, o que gerou, paradoxalmente, vagas ociosas, mesmo com milhares de aprovados aguardando transparência e posição na lista.
Faltam funcionários nas agências da Caixa
O que se vê nas agências da Caixa são grandes filas e trabalhadores e trabalhadoras sobrecarregados, mesmo existindo aproximadamente 4.000 concursados aprovados que não foram incluídos no Cadastro de Reserva e não estão sendo aproveitados. Um novo concurso representa grandes custos para a Caixa e evidencia um grande erro de gestão, que não se dispõe a fazer o devido ajuste no CR e contratar os aprovados no concurso de 2024.
Essa crise de pessoal se intensificou com o PDV de 2024, que retirou 4.124 empregados da Caixa, enquanto o edital de 2024 prevê a contratação de menos de 2.000 TBNs Comerciais, número incapaz de repor as perdas, quanto mais de atender à demanda crescente de trabalho nas unidades.
Outro ponto crítico é que, embora o edital de 2024 tenha vigência até agosto de 2026, a Caixa praticamente já não possui mais TBN Comercial para convocar dentro do quantitativo restrito do Cadastro de Reserva. Ou seja, a instituição dispõe de um concurso válido, homologado e com milhares de aprovados aptos, mas, por opção administrativa, não os utiliza, alimentando um cenário de escassez funcional que poderia ser facilmente solucionado.
A ampliação do CR é a solução correta: o banco ganhará sem custos adicionais para um novo concurso, sem gerar obrigação de nomeação imediata e respeitando integralmente os princípios da isonomia, eficiência e economicidade. Os clientes, a gestão da Caixa e os concursados aprovados serão beneficiados. Todos ganharão.
Pedro César Batista
Colaboração para o Sindicato
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