Mais de 3,6 mil casos de assédio moral foram registrados em todo Brasil no ano passado. Qualquer tipo de humilhação dentro do ambiente de trabalho pode ser caracterizado como assédio moral. Os bancários são os que mais sofrem com assédio moral
O Sindicato dos Bancários de Brasília, que sempre combateu o assédio moral, mantém um canal de denúncias em seu site e também produziu uma cartilha sobre o tema. Na Campanha Nacional de 2010, os bancários conquistaram a inclusão de uma cláusula sobre combate ao assédio moral.
Clique aqui para baixar a cartilha.
A cláusula prevê o combate ao assédio moral, através da prevenção de conflitos no ambiente de trabalho, mediante a adesão voluntária dos sindicatos e dos bancos ao acordo aditivo.
Segundo o Ministério Público do Trabalho, os bancários são os que mais sofrem: de cada três ações por assédio moral, uma vem dessa categoria.
Um bancário, que não quer se identificar, diz que cada vez que atingia uma meta de venda de seguros ou de previdência, a meta crescia. Quando ele não conseguia cumprir a nova exigência, recebia um prêmio humilhante: “O nome do troféu era pinico. Horrível. A sensação era a pior possível”.
As denúncias por assédio moral cresceram 7%. As principais vítimas são mulheres, principalmente as grávidas e mães solteiras, pessoas mais velhas, obesas e negros.
De acordo com o Ministério Público, os motivos que levam a essa relação de conflito são necessidade de aumentar a produtividade, competição exagerada, metas difíceis de alcançar e tentativa de forçar um pedido de demissão.
Com um clima ruim, o rendimento do funcionário na empresa cai, ele passa a ter dificuldade de concentração e se sente inútil. Segundo o Ministério Público do Trabalho, esses casos também costumam afetar a saúde. Há relatos de pessoas que começaram a sofrer de insônia, depressão, que perderam o apetite ou ganharam peso.
Foi o que aconteceu com o bancário ouvido pelo Jornal Hoje, que foi rebaixado de função: “Eu engordei 30 quilos e hoje sofro de síndrome do pânico. Passo noites em claro, com falta de ar”, relata.
O advogado trabalhista, Carlos Vinicius Amorim, explica que é difícil separar o assédio moral da política da empresa e que o funcionário precisa tomar cuidado para não confundir uma exigência com um caso de perseguição pessoal: “A cobrança para atingir metas pelo funcionário é inerente ao empregador. Isso faz parte do cenário atual da economia competitiva global”.
Porém, o trabalhador que realmente for vítima de assédio deve buscar ajuda. "Pode procurar o RH da empresa, desde que ela observe que ali as pessoas tenham independência, autonomia e podem solucionar o problema. Se não for o caso, o melhor é buscar um auxílio fora, que pode ser pelo sindicato, do Ministério do Trabalho ou associações de vítimas de assédio moral", explica Adriane Reis de Araújo, Procuradora Regional do Trabalho.
Existem vários tipos de assédio moral e muitas maneiras de ser incomodado com esse problema. É considerado assédio moral tudo que exponha uma pessoa ao ridículo: contar uma piada que humilha alguém, colocar apelido que ofende, xingar e gritar são exemplos.
Até o chefe que controla o tempo que o funcionário leva para ir ao banheiro, se isso acontecer de uma forma muito rigorosa, também pode ser entendido como assédio.
O mais comum no ambiente de trabalho é que o assédio moral aconteça de forma dissimulada, como nos exemplos a seguir:
- Dar tarefas impossíveis e metas muito altas;
- Passar trabalho que o funcionário não sabe fazer;
- Isolar a pessoa;
- Escondendo informações importantes, que poderiam ajudar no crescimento profissional;
- Sobrecarregar o funcionário;
- Não delegar tarefas.
Da Redação, com informações da TV Globo
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