Bancários e bancárias do Banco do Brasil realizaram, nesta quarta-feira (5), mobilizações em todo o país em um Dia Nacional de Luta para denunciar o aumento da pressão por metas, o assédio organizacional e o total desrespeito promovido pela atual diretoria.
Em Brasília, as atividades ocorreram na região de Taguatinga, onde o funcionalismo retardou a abertura das agências pela manhã. Houve distribuição de materiais informativos, exposição de faixas e diálogo com a população sobre as condições de trabalho e seus reflexos na qualidade do atendimento à sociedade.
De acordo com os dirigentes sindicais, o ambiente de trabalho nas agências do Banco do Brasil tem se tornado insustentável. A imposição de metas, aliada à redução do quadro de pessoal e ao fechamento de unidades, tem provocado adoecimento físico e mental, sobrecarga e um clima de medo e insegurança entre os funcionários.
Rodrigo Britto, presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro-Norte (Fetec-CUT/CN), esteve presente nas mobilizações e fez um contundente alerta sobre o cenário enfrentado pela categoria. “Em todo o país, os colegas sofrem com metas abusivas e uma estratégia corporativa equivocada, com acordos de trabalho muitas vezes inviáveis de serem cumpridos. A direção do Banco do Brasil tem transformado ferramentas administrativas em instrumentos de pressão e assédio, gerando um verdadeiro adoecimento coletivo. Estamos aqui para denunciar o descaso da gestão, a falta de condições de trabalho adequadas e o ambiente de medo e ansiedade que tem dominado as unidades”, afirmou Britto.
Além do impacto direto sobre os trabalhadores, as medidas da direção do BB têm repercussões graves para a população brasileira. O fechamento de agências e a redução de pessoal resultam em atendimento precário, filas maiores e dificuldade de acesso a serviços essenciais, sobretudo nas regiões mais afastadas dos grandes centros urbanos. Para os dirigentes sindicais, trata-se de uma política de desmonte que compromete o papel histórico do Banco do Brasil como instituição pública voltada ao desenvolvimento nacional.
A postura da direção do banco, segundo os trabalhadores, contraria a tendência internacional nas relações de trabalho. Enquanto diversos países avançam na redução da jornada, impulsionados pelo desenvolvimento tecnológico e pelo aumento da produtividade, o Banco do Brasil caminha na direção oposta, tentando ampliá-la para oito horas. Essa política tem estimulado uma concorrência desleal entre os próprios colegas, numa lógica que, segundo os sindicalistas, divide a categoria e favorece apenas os executivos do banco.
Os representantes do sindicato reforçam que a política de gestão do Banco do Brasil, baseada no aumento da cobrança por resultados e na redução de pessoal, é desumana e compromete a saúde mental e física dos bancários. Segundo eles, esse modelo não pode continuar: o banco precisa resgatar o respeito ao seu corpo funcional e o compromisso social que sempre o caracterizou.
Pedro César Batista
Colaboração para o Sindicato
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