A manhã desta segunda-feira (24) foi marcada por um grande ato promovido pelo Sindicato em frente ao Palácio do Buriti, sede do Governo do Distrito Federal (GDF), em defesa do Banco de Brasília (BRB) e contra a prática de assédio moral na instituição.
Os dirigentes sindicais cobram do governador Ibaneis Rocha a saída de Paulo Henrique da presidência do BRB, especialmente após sua inabilitação pelo Banco Central para seguir à frente da instituição financeira.
“Se ele foi inabilitado, é porque houve práticas antiéticas e ilícitas, incompatíveis com as normas do Banco Central”, afirmou a secretária de Administração do Sindicato, Samantha Sousa. “Queremos na presidência do BRB alguém que defenda o banco, valorize seus funcionários e preste um serviço de qualidade à população do DF.”
Além disso, o Sindicato chamou a atenção para a assinatura de um Termo de Compromisso (TC) entre o BRB, suas subsidiárias (BRB Distribuidora de Títulos e Valores Mobiliários S.A. e BRB Crédito, Financiamento e Investimento S.A.) e o Banco Central. O acordo foi firmado devido ao fornecimento de documentos, dados e informações à autoridade monetária em desacordo com normas legais e regulamentares, o que resultou em uma multa de R$ 2,16 milhões.
A situação levanta questões graves sobre a responsabilidade dos administradores do banco e a atuação dos órgãos reguladores do Distrito Federal. Na sexta-feira (21), o Sindicato enviou uma série de ofícios à instituição exigindo explicações sobre o caso. Diante desse cenário de instabilidade, que afeta diretamente os funcionários, o diretor do Sindicato, Ronaldo Lustosa, manifestou preocupação com o futuro do BRB e reforçou a importância de mantê-lo como um banco público a serviço da população.
“As incertezas desestabilizam os trabalhadores, geram ansiedade e insegurança. Os funcionários se perguntam como ficará a gestão do banco”, ponderou Lustosa.
O diretor do Sindicato Cristiano Severo endossa. “Nosso ato foi em defesa não só do BRB como banco público, mas também em defesa de todas as estatais do DF. É necessário que o cuidado com as empresas públicas não seja conversa apenas de campanha, mas uma prática de valorização e fortalecimento dessas empresas e de seus empregados, para cumprir seu o objetivo, que é o atendimento da sociedade”, frisou o dirigente sindical.
Cristiano Severo ressaltou ainda a importância de contratações de novos funcionários para recompor e ampliar o quadro de empregados do BRB e garantir atendimento de qualidade à população.
A deputada federal Erika Kokay (PT-DF) participou do ato, relembrando a luta do Sindicato na década de 1990, quando foi presidente da entidade, na defesa do BRB público. “Enfrentamos um período em que houve um verdadeiro ataque aos bancos estaduais públicos. Tivemos a privatização do Banerj e do Banespa. Tínhamos 27 bancos públicos, a maioria deles foi privatizada. O Banco de Brasília passou por esse processo privatista e resistiu a tudo isso”, destacou a deputada. “Resistiu pela capacidade e pela competência de seus bancários e bancárias.”
Érika também criticou a postura do GDF e de Paulo Henrique diante da inabilitação imposta pelo Banco Central ao presidente do banco. “Hoje não sabemos quem, de fato, é o presidente do banco, porque o atual foi inabilitado para a função. Isso vai fazer quase um mês. É a primeira vez na história do BRB que isso acontece com um presidente em exercício.”
Denúncias de assédio moral
Outro ponto central do protesto foram as denúncias de assédio moral que o Sindicato recebeu nos últimos dias. As acusações indicam práticas abusivas na Direção Geral da instituição, criando um ambiente de trabalho hostil e desrespeitoso, com impactos graves na saúde mental e emocional dos bancários e bancárias.
O Sindicato exige uma apuração rigorosa e transparente por parte da Corregedoria, garantindo que os casos sejam investigados e tratados com a devida seriedade. Além disso, reforça a necessidade de erradicar práticas abusivas no BRB, assegurando um ambiente de trabalho seguro e respeitoso para todos.
“Chamamos a atenção do Ministério Público do Trabalho para que acelere as investigações e tome as providências necessárias”, cobrou Ronaldo Lustosa.
Da Redação