Banco BRB

23 de Novembro de 2025 às 23:44

Vorcaro, Celina Leão, Ibaneis e o plano para entregar o BRB: o que está por trás das denúncias

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Uma reportagem recente revelou um esquema de governança idealizado pelo ex-controlador do Banco Master, Daniel Vorcaro, que, se levado adiante, poderia ter concedido ao empresário influência significativa sobre o Banco de Brasília. Segundo a apuração, o desenho envolvia a criação de uma estrutura paralela denominada BRB Participações, que permitiria ao Master adquirir até 36% das ações do banco público, abrindo margem para interferência direta na instituição. A matéria aponta que integrantes do governo do Distrito Federal, incluindo o governador Ibaneis Rocha e a então vice-governadora Celina Leão, tinham conhecimento do projeto.

A reportagem afirma que Celina Leão teria sido informada do plano e atuado politicamente em momento crítico das apurações regulatórias. De acordo com o conteúdo publicado, quando o Banco Central intensificou investigações internas relacionadas ao caso, a então vice-governadora teria solicitado a um interlocutor do governo que alertasse sobre o avanço das investigações. O episódio é apresentado como uma tentativa de reduzir o impacto das ações da autoridade reguladora. É importante frisar que tais fatos são baseados em relatos jornalísticos e seguem em fase de apuração pelas autoridades competentes, não configurando responsabilização prévia.

As informações levantadas indicam que Vorcaro teria estruturado um plano para criar uma empresa de participações capaz de captar recursos privados, investir em ativos e assumir posições de controle sobre áreas estratégicas do BRB. A proposta visava abrir espaço para que o controlador do Master influenciasse nomeações, decisões internas e políticas de investimento do banco público. As investigações que levaram à prisão do empresário e à liquidação extrajudicial do Master ocorreram no âmbito da Operação Compliance Zero, deflagrada pela Polícia Federal, e interromperam negociações que poderiam viabilizar o plano descrito.

Especialistas consultados apontam que, em um cenário hipotético em que Celina Leão chegasse ao governo, estruturas paralelas de governança como a proposta do BRB Participações poderiam criar condições para captura institucional. Entre os riscos estão a concentração de poder decisório com redução da transparência administrativa, o conflito entre o papel público do banco e interesses privados de agentes externos e a instabilidade para trabalhadores e usuários do BRB, seja por mudanças abruptas na gestão, terceirizações ou intervenções políticas em políticas internas do banco. Embora hipotéticos, esses cenários ganham relevância diante da intenção concreta apontada pela reportagem de incluir Vorcaro no Conselho do BRB, com ciência prévia de autoridades do Distrito Federal.

As medidas adotadas pelas autoridades até o momento incluem a Operação Compliance Zero, que levou à prisão de dirigentes do Banco Master, bem como a decretação da liquidação extrajudicial pela autarquia reguladora, suspendendo operações e iniciando uma etapa de responsabilização administrativa e penal. As autoridades seguem colhendo depoimentos, realizando perícias e analisando documentos que poderão confirmar ou refutar os relatos publicados pela imprensa.

Diante das alegações e do impacto potencial sobre um banco público,a categoria bancária e a sociedade cobram do GDF e da gestão do BRB total transparência sobre as negociações e contratos relacionados ao Master. Também exigem apuração independente por parte do Ministério Público, do Banco Central e da Polícia Federal, além de garantias claras de proteção aos trabalhadores do BRB. Por fim reforçam a necessidade de mecanismos efetivos de controle social que permitam o acompanhamento permanente da governança do banco.

As reportagens recentes colocam o BRB no centro de uma crise de governança com desdobramentos econômicos, institucionais, trabalhistas e sociais. As alegações de que Celina Leão e Ibaneis Rocha tinham conhecimento de um plano que poderia fragilizar o caráter público do banco precisam ser esclarecidas com rigor. Enquanto isso, o Sindicato dos Bancários de Brasília mantém seu papel histórico de fiscalização, defesa dos trabalhadores e cobrança de transparência, contribuindo para que o BRB permaneça protegido de interesses privados que contrariem sua missão pública.

Da Redação

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