

A morte de dois jovens e a truculência policial durante operações na Favela de Acari, na Zona Norte do Rio, foram denunciadas pela vereadora Marielle Franco (Psol-RJ) e o coletivo Papo Reto. Marielle compartilhou uma publicação em que comenta que os rapazes foram jogados em um valão. De acordo com moradores, no último sábado, policiais militares do 41° BPM (Irajá) invadiram casas, fotografaram suas identidades e aterrorizaram populares no entorno.
“Precisamos gritar para que todos saibam o está acontecendo em Acari nesse momento. O 41° Batalhão da Polícia Militar do Rio de Janeiro está aterrorizando e violentando moradores de Acari. Nessa semana dois jovens foram mortos e jogados em um valão. Hoje a polícia andou pelas ruas ameaçando os moradores. Acontece desde sempre e com a intervenção ficou ainda pior”, escreveu.
Procurada pelo DIA, a PM confirmou que realizou uma operação na comunidade ontem, mas não confirmou as mortes nem falou sobre as denúncias. “Segundo o comando do 41º BPM (Irajá), na manhã de sábado, policiais militares do batalhão atuaram em Acari, na Zona Norte do Rio. Durante a ação, policiais foram recebidos a tiros ocorrendo confronto e, após vasculhamento na área, foram apreendidos 40 frascos de lança perfume, 65 kg de pó branco e 1.050 frascos de cheirinho da loló. Ocorrência encaminhada para registro na 39ª DP (Pavuna)”, disse a corporação em nota.
Confira nota da Marcha Mundial das Mulheres:
Por nossas mortas, nenhum minuto de silêncio, mas toda uma vida de luta!
A Marcha Mundial das Mulheres vem, por meio desta nota, manifestar seu pesar e profunda indignação com o assassinato da militante feminista e vereadora do PSOL Marielle Franco.
Marielle, mulher negra e oriunda da favela da Maré, foi uma militante de extrema importância para o movimento feminista no Rio de Janeiro, pautando a construção de políticas públicas para as mulheres na cidade – com destaque para o enfrentamento à violência e para a defesa dos direitos sexuais e reprodutivos das mulheres. Além disso, a vereadora esteve na linha de frente no enfrentamento à intervenção militar no Rio de Janeiro, sendo inclusive nomeada relatora da comissão responsável por acompanhar a intervenção, na câmara municipal da cidade.
Nos juntamos ao coro dos gritos que exigem a apuração do crime, para que seu assassinato não fique impune. Nos solidarizamos às companheiras e companheiros do PSOL, à sua família e amigos neste momento de dor.
A melhor forma de homenagear uma lutadora como Marielle é continuando sua luta. Esse é o nosso recado para os poderosos. Não arredaremos o pé da construção de uma sociedade mais justa e igualitária para as mulheres e para todo o povo brasileiro.
Seguiremos em marcha até que todas sejamos livres!
Pelo fim da intervenção militar no Rio de Janeiro!
Marielle Franco, presente!
Fonte: CUT
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