Após mais de dois anos de negociações, a direção do Banco do Brasil apresentou nesta terça-feira 30 de janeiro à comissão negociadora (integrada pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf/CUT), Comissão de Empresa dos Funcionários, dirigentes eleitos da Cassi e representante dos aposentados) a proposta que considera final para solucionar a crise financeira do Plano de Associados da Caixa de Assistência.
A diretoria do Sindicato considera que a proposta do BB contém avanços importantes em relação às anteriores, ao elevar para R$ 300 milhões o aporte do BB nos serviços próprios da Cassi (R$ 150 milhões em 2007 e R$ 50 milhões por ano até 2010); ao aceitar pela primeira vez elevar para 4,5% a contribuição em relação aos funcionários pós-98; e ao assumir o déficit pelos dependentes indiretos.
No entanto, para o Sindicato esse aporte é insuficiente diante da necessidade de equilíbrio financeiro do Plano de Associados e menor do que o BB deixou de contribuir à Caixa de Assistência em mais de uma década, por conta da política de recursos humanos que congelou salários de 95 a 2002 (governo FHC), alterou a natureza da verba salarial (não contribuindo sobre abono e PLR, por exemplo), extinguiu o anuênio, achatou o PCS e reduziu para 3% a contribuição sobre os funcionários pós-98 sem contar a dívida sobre os dependentes indiretos.
Mas a pior parte da proposta está na cláusula sobre o aprimoramento da gestão, quando o BB sugere implantar o voto de Minerva tanto no Conselho Deliberativo quanto na Diretoria Executiva, concentrando o poder nas mãos do banco em detrimento dos representantes dos associados.
A implantação da gestão compartilhada, assegurada pelo estatuto de 1996, foi o resultado de anos e anos de luta dos funcionários do BB para democratizar e dar mais transparência à administração de suas entidades, como Cassi e Previ. Na Previ, o governo FHC impôs o voto de Minerva no Conselho Deliberativo em 2002 para dar poderes a seu interventor. Entendemos que é possível encontrar mecanismos mais democráticos para agilizar os processos decisórios da Cassi.
Lutamos a vida toda pela democratização e transparência na gestão das entidades dos trabalhadores. Não podemos aceitar esse retrocesso por parte de representantes de um governo democrático e popular.
Por isso os sindicatos e a Contraf/CUT buscarão intermediação para reabrir as negociações com o BB e melhorar a proposta.
A Diretoria do Sindicato
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