O Sindicato sempre defendeu a necessidade de o BRB ter maior comunicação com seus funcionários, estreitando o diálogo com os bancários. O banco, em particular o seu presidente, Ricardo Vieira, parece não ter entendido isto, pois, ao longo dos últimos tempos, o BRB tem deixado a desejar no que se refere à comunicação com o conjunto dos funcionários.
Diante disso, é no mínimo estranho que, de uma forma açodada, atabalhoada e extemporânea, o presidente resolva exatamente no dia 23, dia de assembléia que deflagrou greve por tempo indeterminado em todos os bancos, tenha resolvido enviar uma carta extensa, que se revela um rosário de contradições
e negativas às reivindicações específicas dos bancários do BRB.
Tal atitude só pode ser entendida como uma intimidação contra o conjunto dos funcionários, pois aliada à extensa carta, houve a “orientação” para que os gestores de cada unidade fizessem reunião com seus subordinados para “tentar convencê-los” de que o BRB não tinha por que fazer greve.
Mais ridícula ainda foi a orientação para que gerentes fossem à assembléia “votar a favor da PLR”, não se preocupando sequer em avisá-los que a assembléia era geral e que não trataria deste tema.
Como se vê, o presidente do BRB pode até entender de banco e de negócios, mas nada conhece de relação com pessoas, em especial com funcionários de uma instituição do porte e da importância do BRB. Se entendesse, teria percebido que:
• a proposta de PLR precisa ser melhorada, que a licença maternidade já deveria ter sido implementada desde o ano passado;
• estão sob sua alçada diversos itens que ele alega ser de competência da Regius e do BRB Saúde;
• que governança corporativa moderna implica tornar os funcionários partícipes reais da formulação de metas, bem como de seu acompanhamento;
• critérios justos transparentes, democráticos e meritocráticos de comissionamento devem se estender a todas as funções, sem diferenciação, como nos recentes comissionamentos na direção geral guiados pelo conhecidíssimo “quem indica”;
• importar lateralidade do Banco do Brasil, medida repudiada e combatida naquele banco, é inoportuna, descabida e injusta.
• valorizar gerentes de negócio implica aplicar às suas remunerações, no mínimo, a premissa básica de incorporar 65% do PPR;
• os funcionários do banco, a exemplo do “mercado”, deveriam ser isentos de tarifas e ter taxas menores, pois são clientes com risco zero.
Enfim, o presidente poderia ter se poupado de escrever um documento tão extenso e sem conteúdo. Em vez disso, deveria ter comunicado, de forma simples e objetiva, que atenderia às reivindicações dos bancários do BRB. Bastariam duas linhas.
Fundamentalmente, necessita aprender que trabalhadores merecem respeito, e que valorizar capital humano é muito mais do que fazer marketing vazio e contraditório.
Por fim, o Sindicato reitera sua disposição permanente de negociação e que o banco teve tempo mais que suficiente para atender reivindicações que contemplassem o desejo dos funcionários.
Para guardar coerência com seu discurso, o banco tem de, na prática, mostrar que quer uma governança com envolvimento do conjunto dos funcionários, sem imposições nem discriminações por segmento, pois elas são retrocessos para um clima organizacional bom conforme o presidente sempre tem procurado salientar.
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