Terminou sem acordo a audiência de conciliação realizada nesta quinta-feira (27) no Tribunal Superior do Trabalho (TST) sobre o dissídio coletivo ajuizado pelo Banco da Amazônia. A instituição financeira não aceitou a proposta da vice-presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministra Maria Cristina Irivogen Peduzzi, de que fosse garantida a implantação de um plano de saúde que reduzisse efetivamente, em seis meses, o valor pago pelos trabalhadores.
Mesmo com o esforço da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), dos sindicatos e do próprio TST em construir uma proposta que colocasse fim à greve, que já dura 32 dias, o banco não evoluiu em pontos importantes para os trabalhadores. Além do custeio do plano de saúde, a conclusão do Plano de Cargos e Salários (PCS) ficou sem resposta por parte do banco.
A ministra Maria Cristina Irivogen Peduzzi se mostrou solidária às reivindicações dos trabalhadores. “Esse ponto do Plano de Saúde me parece razoável. Mesmo sendo cláusula social, é necessário ser ajustada porque senão sofrer reajuste pelo menos acompanhando a inflação é o mesmo que não ter. Essa atualização de valores se faz necessária para possibilitar a manutenção de um plano”, afirmou Maria Cristina, que presidiu a audiência de conciliação.
Segundo o diretor do Sindicato Paulo Frazão, o banco tem agido com descaso diante de todo o esforço do movimento sindical para dar prosseguimento às negociações. “Nós buscamos todos os caminhos necessários para encerrar a greve, mas a categoria entende que a proposta apresentada pelo Basa é insuficiente. Diante disso, continuaremos mobilizados”.
Na avaliação do presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CN), José Avelino, o banco não deixou alternativa senão continuar com a paralisação. “Mais uma vez, os representantes do banco não se sensibilizaram com a demanda dos trabalhadores e apenas mantiveram a proposta apresentada anteriormente. Como não avançamos em nada, os bancários do Basa continuarão em greve”.
Para o presidente da Contraf-CUT, Carlos Cordeiro, é lamentável que o Basa continue se recusando a negociar com os trabalhadores. “Utilizar o dissídio coletivo para pôr fim à greve demonstra que o banco não valoriza o processo de negociação democrático realizado durante toda a Campanha Nacional”.
A falta de acordo levou a ministra Maria Cristina Irigoven Peduzzi a decidir pelo julgamento do dissídio coletivo. O ministro Fernando Eizo Ono foi sorteado para relatar o processo. O TST divulgará nesta sexta-feira (28) o termo da audiência com a data do julgamento.
Pricilla Beine
Do Seeb Brasília
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