Banco Bradesco

12 de Novembro de 2015 às 19:37

Tragédia leva indefinição à sucessão no Bradesco

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SÃO PAULO, RIO e BRASÍLIA - O acidente ocorrido na noite de terça-feira atrapalhou diretamente os planos de sucessão dentro do Bradesco. O presidente da Bradesco Seguros, Marco Antonio Rossi, era tido como um forte candidato a assumir o posto hoje ocupado por Luiz Carlos Trabuco. Em uma organização que preza a hierarquia e os funcionários de carreira, as mudanças no alto escalão são planejadas com antecedência e calculadas passo a passo. No avião que caiu em uma área rural do município de Guarda-Mor (Minas Gerais), estava ainda o presidente da Bradesco Vida e Previdência, Lúcio Flávio Conduru de Oliveira.

Espera-se que a escolha do novo presidente do segundo maior banco privado do país ocorra até outubro do ano que vem, quando Trabuco completa 65 anos e atinge a idade limite, devendo se dedicar apenas ao Conselho de Administração. A transferência de cargo deve ocorrer até março de 2017.

Rossi era visto como um dos favoritos por conta da idade. Por ter 54 anos, poderia permanecer mais tempo no comando da instituição antes de um novo processo sucessório. Além disso, era visto como um bom articulador, sem se limitar à área de seguros.

— Era alguém com racionalidade política e um bom interlocutor. Esses atributos são sinônimos de inteligência e transcendem uma visão imediatista. Rossi tinha uma visão estratégica muito similar à de Trabuco, por isso era visto como um dos favoritos — afirmou uma fonte do setor financeiro.

GOVERNANÇA CONSERVADORA

A sucessão não é comentada publicamente pelo banco. Mas analistas de mercado costumam citar Sérgio Alexandre Figueiredo Clemente, vice-presidente também desde 2012, e Domingos Figueiredo de Abreu, na vice-presidência desde 2009. Clemente é responsável pela área de atacado, o que inclui o relacionamento com grandes empresas. Diferentemente de Rossi, porém, ele não é "prata da casa". Abreu, por sua vez, já respondeu pela área de relações com investidores.

João Augusto Salles, analista da consultoria Lopes Filho & Associados, ressalta que a governança do Bradesco é conservadora e tende a valorizar executivos da casa. Ele considera pouco provável que alguém de fora da hierarquia do banco assuma a vaga de Trabuco no futuro. Além de Clemente e Abreu, ele cita o vice-presidente executivo Maurício Machado:

— Eles são, de fato, os mais cotados. Trata-se de um banco muito meritocrata, que tem um rito de preservar os executivos da casa. Vai ser uma grande surpresa se isso não acontecer.

Com relação às causas do acidente, fontes afirmaram nesta quarta-feira que os pilotos do Cessna Citation VII não reportaram qualquer problema na aeronave ao centro de controle de Brasília. Segundo interlocutores, o aparelho ainda não tinha atingido o chamado nível de cruzeiro quando começou a cair vertiginosamente.

— Os pilotos não acionaram o centro de controle, não reportaram nada — disse a fonte, acrescentando que o centro de controle tentou contato, mas não obteve resposta.

AERONAVE ESTÁ ENTERRADA

O avião decolou nesta quarta-feira de Brasília às 18h39m, com destino a São Paulo, e desapareceu do radar às 19h04m, segundo a Aeronáutica. O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) informou nesta quarta-feira que a maior parte do avião está enterrada a cinco metros de profundidade. Além dos executivos do Bradesco, estavam na aeronave Ivan Morenilla Vallim e Francisco Henrique Tofoli Pinto, piloto e copiloto, respectivamente. Todos morreram.

Para o brigadeiro José Carlos Pereira, a concentração dos destroços do avião em um único ponto aponta uma queda vertical e em alta velocidade. Em uma análise preliminar, pode ter havido, segundo ele, uma "falha estrutural catastrófica", que teria levado à perda do comando da aeronave. Pereira explicou que, pelas características do aparelho, ainda que houvesse pane nos dois motores, uma situação improvável, os pilotos teriam condição de planar e procurar um local para pouso forçado, além de entrar em contato com o centro de controle de Brasília.

— Pode ter havido uma falha estrutural que fez o avião despencar — disse Pereira.

Ele disse quer será feita uma varredura junto ao local do acidente, na busca de alguma peça que possa ter se desprendido da aeronave, como pedaço da asa ou da cauda, provocando a queda. Pereira lembrou ainda que as condições meteorológicas eram adversas, mas que o Cessna dispõe de radar que detecta nuvens pesadas.

Em nota, o Bradesco lamentou as mortes, tanto dos executivos, "reconhecidos pelo talento, competência e entusiasmo", como dos pilotos. A presidente Dilma Rousseff também divulgou nota de pesar pela tragédia.

Fonte: O Globo




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