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15 de Dezembro de 2017 às 10:25

Trabalhadores tomam as ruas de Buenos Aires contra reforma de Macri

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A base do partido do presidente aproveitou forte aparato militar por conta de reunião da OMC para tentar emplacar reforma na Previdência. Tumultos dentro e fora do Congresso adiaram votação

Trabalhadores argentinos estão mobilizados contra reforma na Previdência proposta pelo governo neoliberal de Maurício Macri. Hoje (14), milhares tomaram as ruas da capital, Buenos Aires, contra a proposta que revê o cálculo da aposentadoria, o que pode prejudicar 17 milhões de cidadãos argentinos. De acordo com a nova medida, para exemplificar, o próximo reajuste nos vencimentos, programado para março, cai de 12% para 5,7%.

A base do governo havia manobrado para acelerar a votação, que deveria ter sido realizada hoje. Entretanto, a sessão foi suspensa após episódios de violência na capital. Vários manifestantes ficaram feridos, incluindo dois parlamentares da oposição. Mais de mil membros das forças armadas reprimiram o ato que acontecia desde as 9h na Avenida de Mayo, na região central de Buenos Aires. Dentro do Congresso, empurra-empurra e clima de tensão adiaram a votação para a semana que vem.

A mudança consiste em levar em conta no cálculo um índice de inflação e não a base de arrecadação tributária e a média de aumentos salariais no país, como é feito hoje. A oposição classifica a investida como “um roubo aos aposentados”. O deputado federal e um dos líderes do Partido dos Trabalhadores Socialistas (PTS), Nicolás del Caño, acusa o governo de esconder a intenção da reforma durante sua campanha eleitoral.

“Temos que expressar a indignação nas ruas e, por isso, sustentamos que é necessário que as articulações sindicais que se opõem a esta lei convoquem uma greve e uma marcha massiva ao Congresso”, completou del Caño.

De fato, as duas grandes centrais sindicais argentinas, a Central Autônoma dos Trabalhadores (CTA) e a Central Geral dos Trabalhadores (CGT), convocaram para amanhã uma greve geral de 24 horas contra a medida de Macri. “Vamos estar juntos nas ruas para parar a reforma, para dizer a este governo que está provocando fome e roubando os cidadãos que os trabalhadores e as trabalhadoras não vão ficar de braços cruzados e não permitirão que este roubo saia impune”, disse o secretário-geral da CTA, Hugo Yasky.

Repressão

Desde as primeiras horas da tarde de hoje, um forte aparato policial foi montado na capital portenha. A proposta já está parcialmente autorizada pelo Senado. De acordo com informações do coletivo Passarinho, de brasileiros em Buenos Aires, “não se viam tantos policiais nas ruas desde a crise de 2001”.

Os opositores acusam Macri de usar a reunião da Organização Mundial do Comércio, que acontece em Buenos Aires, como cortina de fumaça para passar o projeto e reforçar o aparato policial contra manifestantes. “Sob justificativa de garantir a segurança dos executivos e autoridades de Estado, se construiu um verdadeiro estado de exceção na capital. Representantes de organizações e movimentos sociais que viriam para a conferência foram impedidos de entrar no país.” De fato, mesmo alguns jornalistas opositores foram impedidos de ingressar no país por Macri.

“Em um jogo de mestre, o governo aproveitou o efetivo militar já em posição de combate para outro propósito. Cambiemos (partido de Macri) acelerou a tramitação da reforma previdenciária e tributária (…). O arsenal de exceção nem teve que se mover muito, já que o Congresso fica a três quilômetros da região da reunião da OMC”, completa o coletivo.

Fonte: Rede Brasil Atual

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