Santander

28 de Fevereiro de 2013 às 15:51

Trabalhadores cobram mais contratações e fim da rotatividade no CRT do Santander

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Em reunião do Comitê de Relações Trabalhistas (CRT) do Santander, ocorrida nesta quarta-feira (27), nas dependências do Casa 1, em São Paulo, a Contraf-CUT, federações e sindicatos voltaram a cobrar mais contratações de funcionários e fim da rotatividade, bem como o acesso aos dados mensais do banco ao Cadastro Geral de Emprego e Desemprego (Caged) do Ministério do Trabalho e Emprego. Os representantes do banco espanhol ficaram de levar as propostas para avaliação interna.

O Santander cortou 975 postos de trabalho durante as demissões em massa antes do Natal, conforme foi apurado pelo Dieese a partir dos dados apresentados pelo banco ao Ministério Público do Trabalho, em Brasília. No terceiro trimestre de 2012, o quadro de pessoal que era de 55.120 funcionários foi reduzido para 53.992 no quarto trimestre, o que representou um corte de 1.128 vagas.

"No mesmo período o número de agências passou de 2.384 para 2.407, o que aumentou ainda mais a carência de funcionários nas agências e postos. Temos várias unidades onde os gerentes solicitam ao sindicato o fechamento da agência por não terem condições de atender com apenas um funcionário no caixa", destacou a diretora do Sindicato dos Bancários de São Paulo e coordenadora da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander, Maria Rosani.

"Reafirmamos a importância da contratação de mais funcionários com urgência para melhorar as condições de trabalho e atendimento. A situação no DF mostra que o número de afastamentos por motivo de saúde cresce a cada dia, e os bancários que permanecem estão sobrecarregados com muito trabalho. Além disso, ainda há um aumento da pressão para o cumprimento de metas", afirma Rosane Alaby, secretária de Imprensa do Sindicato dos Bancários de Brasíla e bancária do Santander.


Condições de trabalho

As entidades sindicais discutiram as demandas da pauta de reivindicações, buscando melhoria das condições de trabalho nas agências, postos de atendimento e centros administrativos.

Uma das propostas reiteradas foi novamente o fim das metas para os caixas. "Já foi acordado em reuniões anteriores com o movimento sindical que caixas não têm metas, mas não é o que acontece nas agências, onde caixas são obrigados a vender produtos aumentando o tempo de espera dos clientes na fila", disse o secretário de Imprensa da Contraf-CUT, Ademir Wiederkehr. "A demora no atendimento facilita ainda a ação dos olheiros que praticam o crime da saidinha de banco", alertou.

"Solicitamos a entrega ao movimento sindical de uma orientação por escrito aos gestores do banco de que os caixas não têm metas e, portanto, não serão avaliados pela venda de produtos", ressaltou o secretário de relações internacionais da Contraf-CUT, Mário Raia. O banco ficou outra vez de analisar o tema internamente.

Foi reivindicado também o fim das reuniões diárias para cobrança de metas nas agências, o fim das metas individuais, a proibição de abertura e prospecção de conta universitária fora da jornada e do local de trabalho, o fim do desvio de funções nas agências envolvendo caixas, coordenadores e gerentes de atendimento e de negócios, e a proibição de cobrança de metas para estagiário e menor aprendiz.

O banco propôs que o tema seja tratado em reunião específica, com data indicativa para o próximo dia 27 de março, a ser confirmada.

Monitoramento de resultados

A representação sindical denunciou que continua recebendo denúncias de descumprimento da cláusula 35ª da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), que proíbe a exposição de ranking individual dos funcionários. Rosani exibiu e-mail enviado aos gerentes de uma agência da Região Sul do país, com o nome e o desempenho de cada funcionário, comprovando de forma cristalina a violação da norma coletiva. Houve também denúncias de exposição de ranking em reuniões, além de ameaças, pressões e assédio moral em videoconferências.

O banco informou que tem feito comunicados à rede de agências, com orientações sobre a forma correta de divulgação dos resultados, além de discutir o tema em reuniões periódicas com gestores. O banco disse que irá verificar como compartilhar os comunicados com o movimento sindical.

Plano de Cargos e Salários

A Contraf-CUT reivindicou outra vez a criação de um plano de cargos e salários (PCS), conforme proposta apresentada na Campanha Nacional dos Bancários de 2012 para a Fenaban, que remeteu o debate para negociação banco a banco. "Há muitas distorções salariais que desestimulam os funcionários e podem formar outro passivo trabalhista", alertou Ademir.

O banco voltou a dizer que "PCS é para empresa pública, uma vez que na iniciativa privada a realidade é outra". Os dirigentes sindicais rebateram. "PCS garante regras transparentes de ascensão profissional e deveria existir não somente em bancos públicos, mas também nos privados, valorizando os trabalhadores", defendeu o diretor da Contraf-CUT.

Bolsas de auxílio-educação

As entidades sindicais reivindicaram informações referentes ao total de solicitações, número de vagas preenchidas, quantidade de recusas e os motivos das mesmas referentes ao primeiro semestre de 2013.

O banco informou que o prazo de renovação das bolsas, através da confirmação e entrega dos documentos necessários, termina nesta quinta-feira (28) e que o período de novas inscrições vai até o dia 15 de março. Já as informações sobre as bolsas que serão concedidas em 2013 serão apresentadas até o próximo CRT.

Manutenção da assistência médica para aposentados

A representação sindical reiterou a reivindicação de que seja assegurado aos empregados com cinco anos ou mais de vinculo empregatício, com o Grupo Santander Brasil, bem como para seus respectivos dependentes, a manutenção do plano de saúde durante a aposentadoria, nas mesmas condições de cobertura assistencial de que gozavam quando da vigência do contrato de trabalho, mediante o pagamento de mensalidade correspondente ao valor que era descontado de seu holerite (contra cheque).

O banco informou que alguns estudos sobre esse tema estão em andamento, de forma a adequar-se à legislação e atualização das políticas e se comprometeu em discutir o tema com o movimento sindical, previamente, quanto a eventuais mudanças que ocorrerem.

Redução dos juros e isenção de tarifas para funcionários e aposentados

A representação sindical reivindica a redução das altas taxas de juros de empréstimos, consignado, cheque especial, cartão de crédito, bem como a isenção das tarifas bancarias para todos os funcionários ativos e aposentados do banco. Foi apontada a prática de políticas diferenciadas, como juros desiguais para funcionários e discriminação aos aposentados.

O banco, porém, disse que já oferece condições diferenciadas em produtos e serviços aos funcionários.

Folga no dia de aniversário

As entidades sindicais reivindicaram a concessão de folga no dia de aniversário para todos os funcionários do banco, conforme já tem sido praticado em vários locais de trabalho. O banco disse que esse assunto continua sendo discutido internamente, prometendo trazer uma resposta até o próximo dia 27 de março.

Nova segmentação de clientes

As entidades sindicais cobraram informações do banco sobre a implantação de agências Select com a exigência do Certificado da Ambima CPA 20 para os funcionários. "Exigimos que o banco trate com mais respeito os trabalhadores sobre esse processo, avisando-os com antecedência, bem como os capacitando para se adequarem", salientou Rosani.

O banco explicou que se trata de uma política de segmentação, a exemplo do Van Gogh, porém voltada aos clientes de alta renda, nos moldes do Private e Personnalité de outros bancos. Também disse que se propõe a realizar uma apresentação aos dirigentes sindicais para detalhar a dinâmica do Select, em data a ser definida para o mês de abril.

Programa de Reabilitação Profissional

A representação sindical reivindicou a apresentação de Programa de Reabilitação Profissional, conforme estabelece a cláusula 43ª da CCT. O banco concordou em discutir o tema no Fórum de Saúde e Condições de Trabalho, em data a ser agendada.

Pessoas com deficiência (PCD)

As entidades sindicais reivindicaram melhores condições de trabalho e valorização dos funcionários com deficiência (PCD), com a transferência de suas lotações para locais mais próximos de suas residências, como forma de facilitar a mobilidade e a qualidade de vida.

O banco informou que desenvolve diversas ações voltadas para esse público e propôs a realização de uma reunião específica, com a presença de especialistas da área, com data indicativa do próximo dia 14 ou 15 de março, a ser confirmado em breve.

Tempo de casa

O Santander paga um prêmio de dois salários aos funcionários que completam 25 anos de casa. Foi reivindicado que o pagamento seja também concedido para quem completa esse tempo dentro do aviso prévio, pois ele é considerado para todos os cálculos de rescisão de contrato de trabalho.

O banco disse que a política de tempo de casa "é uma liberalidade da organização e que a projeção do aviso prévio no pagamento da verba se torna inviável".

Segurança

A Contraf-CUT denunciou a abertura de agências sem vigilantes durante as greves e mobilizações dessa categoria no país. Houve até bancários acionando a porta giratória, que é tarefa exclusiva de vigilantes. A orientação da Febraban de que podem abrir sem vigilantes unidades que não têm movimentação de numerário contraria frontalmente a lei federal nº 7.102/83, que exige a presença de vigilantes no horário de expediente ao público.

"Os sindicatos devem denunciar qualquer irregularidade para a Delegacia de Controle de Segurança Privada (Delesp) da Polícia Federal e tomar as demais medidas cabíveis, a fim de garantir segurança e proteger a vida dos bancários", defende Ademir, que também é coordenador do Coletivo Nacional de Segurança Bancária da Contraf-CUT.

Novos boatos

Ao final da reunião, Ademir solicitou uma posição do Santander sobre os novos boatos de venda ao Bradesco. O banco respondeu dizendo que os rumores "serão desmentidos em março". Segundo os boatos, a venda seria anunciada no dia 10 de março, data de aniversário do Bradesco.

Calendário de reuniões

O banco ficou de definir nos próximos dias uma nova agenda de reuniões temáticas e grupos de trabalho, envolvendo:

- Fórum de Saúde e Condições de Trabalho
- Reunião sobre Condições de Trabalho
- Reunião sobre Igualdade de Oportunidades
- Grupo de Trabalho sobre eleições no SantanderPrevi
- Grupo de Trabalho sobre Call Center
- Reunião sobre Pessoas com Deficiência

Avaliação

"Foi mais uma reunião do CRT com muitos debates, onde sobraram cobranças dos dirigentes sindicais e faltaram soluções por parte do banco para atender as reivindicações e melhorar as condições de trabalho nas unidades", avaliou Ademir.

"Precisamos construir um processo de mobilização nacional para avançar as negociações, a exemplo da forte pressão exercida sobre o banco em dezembro após as demissões em massa", concluiu o dirigente da Contraf-CUT.

Fonte: Contraf-CUT

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