

Pouco mais de uma semana após consolidado o golpe e Michel Temer já anunciou o início do projeto de desmonte do Estado brasileiro, como vinha denunciando o Sindicato dos Bancários de Brasília. Nesta terça-feira (13) foram divulgados os primeiros projetos que serão entregues à iniciativa privada.
Para além do que já se esperava da sanha privatista do governo que consiste num resgate da nefasta agenda neoliberal, que foi derrotada nas urnas nas últimas eleições, o mais grave é que parte do financiamento dessa iniciativa de rezar na cartilha do mercado será promovida com recursos – acredite – de bancos públicos e do Fundo de Investimento do FGTS.
Batizado de ‘Crescer’, o programa, anunciado pelos integrantes do Conselho do Programa de Parcerias de Investimentos (PPI), inclui ativos em rodovia, ferrovias, terminais portuários, geração e distribuição de energia e saneamento. Vai vender também parte das loterias da Caixa, três campos de exploração de petróleo e quatro áreas de mineração.
Os primeiros projetos serão as vendas dos aeroportos de Porto Alegre, Salvador, Florianópolis e Fortaleza. Segundo o governo, eles terão edital publicado no quarto trimestre deste ano e leilão no primeiro trimestre do ano que vem. Também está previsto para este ano o edital para a concessão dos terminais de combustíveis de Santarém (PA) e do terminal de trigo do Rio de Janeiro.
“Num projeto que atende a interesses de grandes empresas privadas cujo objetivo maior é a entrega do patrimônio do povo brasileiro, a mão pesada de um Estado opressor vai se aliar à ‘mão invisível do mercado’ para benefício de uns poucos”, dispara o secretário de Imprensa do Sindicato, Rafael Zanon. “O absurdo, para dizer o mínimo, é a utilização de capital público, para financiar a venda de empresas públicas. Em breve, enfraquecidos pela participação nesses financiamentos privatistas, serão esses mesmos bancos públicos o alvo da privatização”.
A defesa dos bancos públicos e contra a privatização é uma luta permanente e uma das principais bandeiras dos bancários na Campanha Nacional 2016, aprovada inclusive na 18ª Conferência Nacional dos Bancários.
Renato Alves
Do Seeb Brasília
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