Banco BRB

24 de Outubro de 2025 às 14:59

TCU multa ex-diretor da Caixa Asset por tentativa de compra bilionária do Banco Master; Sindicato cobra atuação do TCDF

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O Tribunal de Contas da União (TCU) multou em R$ 10 mil o ex-diretor da Caixa Asset Management Igor Macedo Laino por tentar aprovar uma operação de R$ 500 milhões em letras financeiras do Banco Master, contrariando pareceres técnicos internos da própria instituição. A decisão, relatada pelo ministro Antonio Anastasia, concluiu que Laino ignorou alertas de áreas especializadas que apontavam baixa liquidez, prazo excessivo, concentração atípica de recursos e falta de estudos adicionais sobre o negócio.

Segundo o acórdão do TCU, ao propor a habilitação do Banco Master, etapa que abriria a relação comercial, o então diretor omitiu informações relevantes sobre o histórico da instituição, incluindo resultados de pesquisa reputacional e processos regulatórios, destacando apenas pontos positivos que poderiam enviesar a decisão.

Os fatos ocorreram em 2024, quando Laino chefiava a Diretoria de Gestão de Fundos de Investimento (Diter). Ele foi destituído do cargo em junho de 2025 pelo Conselho de Administração da Caixa Asset, braço de investimentos da Caixa Econômica Federal.

Durante a investigação, o TCU também analisou denúncias de que o então diretor-presidente da Caixa Asset, Pablo Sarmento, teria pressionado técnicos e gestores a aprovar operações de alto risco envolvendo o Banco Master. Sarmento já havia sido alvo de pelo menos 25 reclamações internas por assédio moral e abuso de poder, segundo reportagens anteriores. Em meio às discussões sobre a operação, três funcionários contrários à compra das letras financeiras foram afastados de seus cargos, fato que o tribunal identificou como possível represália.

Apesar das constatações, apenas Laino foi multado. Em sua defesa, ele alegou ter agido com diligência e baseado em pareceres técnicos, afirmando que a operação não chegou a ser concluída e que recorrerá da decisão.

TCDF

O caso reacende o debate sobre transparência e controle nas relações entre instituições públicas e o sistema financeiro privado. Para o Sindicato, a decisão do TCU deve servir de precedente para que o Tribunal de Contas do Distrito Federal (TCDF) também aprofunde as investigações sobre a tentativa de compra do Banco Master pelo BRB, banco controlado pelo Governo do DF.

A operação entre o BRB e o Master, anunciada em março de 2024 e barrada pelo Banco Central recentemente, já é alvo de apurações do Ministério Público do Distrito Federal (MPDFT) e do Ministério Público de Contas (MPC-DF), que questionam possíveis prejuízos aos cofres públicos e falta de transparência no processo.

Diante da gravidade das informações reveladas pelo TCU, o Sindicato defende que o TCDF adote o mesmo rigor e cobre explicações detalhadas sobre o uso de recursos públicos em negócios que envolvem riscos elevados e favorecem instituições privadas com histórico de controvérsias.

Victor Queiroz
Colaboração para o Sindicato

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