Em novembro de 2009, dias antes da abertura da operação Caixa de Pandora, o BRB adquiriu os títulos do Fundo de Compensação de Variações Salariais (FCVS). Antes que a negociação se consumasse, o Sindicato denunciou sua realização, entre outras ações, com um ato público no dia 1º de dezembro daquele ano, que teve ampla divulgação em seus meios de comunicação. Também cobrou, de pronto, reunião com a diretoria do banco, que aconteceu no dia 4 e 7 de dezembro do mesmo ano. À época, o banco era presidido por Ricardo de Barros Vieira, indicado pelo então governador José Roberto Arruda.
Considerando insuficientes as explicações dadas pela diretoria do BRB, o Sindicato enviou pedidos formais de investigação a várias autoridades competentes. Também consultou técnicos internos e externos ao banco a fim de verificar o procedimento, cujas análises reiteraram as suspeitas. Como os FCVS são de pouca liquidez no mercado financeiro, foi estranha a compra desses títulos, ainda mais no volume e nas condições dadas.
À época, o Sindicato enviou ofício ao Tribunal de Contas do DF e a outras autoridades públicas em 2009, que responderam, inclusive, formalmente à entidade atestando a procedência da averiguação.
Em seu relatório, o TCDF chegou a estranhar o porquê de o banco justificar a aquisição dos títulos do FCVS, alegando a necessidade de cumprir exigência de aplicação do Banco Central em créditos imobiliários, e não ter aplicado no mercado imobiliário de Brasília, que é pujante e atrativo.
De acordo com a imprensa, em março de 2009 a empresa Tetto repassou créditos imobiliários ao banqueiro carioca Antonio José de Almeida Carneiro. O banqueiro especulador, ainda de acordo com a imprensa, pagou valores irrisórios à Tetto pelos ativos. Em novembro daquele ano, apenas oito meses depois da compra, Carneiro vendeu ao BRB, pelo valor líquido final em torno de R$ 97 milhões, uma parte dos papéis.
A operação, um grande prejuízo, foi provisionada em sua integralidade no balanço de 2011 (corrigido, o montante alcançou R$ 134 milhões), o que acarretou ao banco um resultado negativo no segundo semestre daquele ano.
Copyright © 2025 Bancários-DF. Todos os direitos reservados