Depois da forte pressão dos representantes dos bancários, todos os funcionários do Santander, ativos e aposentados, terão isenção de tarifas na conta combinada funcionário. Essa foi a principal conquista da reunião entre o Sindicato dos Bancários de Brasília, a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT), a Comissão de Organização dos Empregados (COE) e o Comitê de Relações Trabalhistas do banco, realizada na quinta (18).
"É um grande avanço. Era um acordo verbal desde a compra do Banespa. Agora, com entrada na ata oficial do banco e publicação na intranet não tem como voltar atrás", comemorou Maria Rosani, coordenadora da COE.
Na avaliação da secretária de Administração do Sindicato, Rosane Alaby, que representa os bancários do Santander de Brasília na COE, “a conquista é resultado do esforço dos sindicatos e dos trabalhadores, que insistiram na reivindicação”.
A reunião debateu ainda condições de trabalho. Os dirigentes sindicais reivindicaram a contratação de mais funcionários para suprir as demandas impostas pelas metas abusivas. Denunciaram que a situação piorou após o banco lançar, em janeiro, o plano Jeito Certo, que propunha mais foco nos clientes e não nos produtos.
O banco se comprometeu a fazer um balanço do plano no final do primeiro semestre e passar os dados aos dirigentes para uma avaliação conjunta.
O Comitê de Relações Trabalhistas do Santander atendeu a outra reivindicação dos trabalhadores ao propor uma cartilha de orientação com as regras de abertura e prospecção de contas universitárias. De acordo com a categoria, no início dos períodos letivos as cobranças e o desrespeito aos horários de trabalho aumentam muito.
Os sindicatos, incluindo o de Brasília, ainda denunciaram a falta de caixa e o acúmulo de responsabilidade dos gerentes-gerais e gerentes administrativos que, em muitos casos, são responsáveis por mais de uma agência.
O movimento sindical também cobrou respeito à legislação do estágio e do Jovem Aprendiz, para que eles não efetuem vendas de produtos. O banco se comprometeu a fiscalizar e rever essas práticas.
Segurança
O assunto mais polêmico nas conversas foi a segurança nas agências de negócios. De acordo com o banco, a lei não pede segurança neste tipo de estabelecimento.
Há previsão de transformação de mais três unidades em agências de negócios em Brasília: Conjunto Nacional, ParkShopping e LibertyMall, com a possibilidade de redução de quatro caixas e sete vigilantes.
“Os bancos dispensam vigilantes nas agências de negócios e a situação tem gerado insegurança e exposição dos trabalhadores e clientes a possíveis ações de bandidos. Os clientes estão reclamando da insegurança nesses locais por causa da dispensa dos vigilantes”, alerta Jorge Kotani, diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN).
Pós-graduação
Antes do final do encontro, o Santander admitiu falha no sistema e prometeu disponibilizar em seu site as inscrições para as 800 bolsas de estudos para pós-graduação. O prazo de inscrição vai até a terceira semana de julho e os critérios de desempate serão os mesmos usados para a graduação. A única diferença é que só pode receber o beneficio quem tiver um ano de vínculo com a instituição.
Fórum de Saúde
Também na quinta, houve reunião do Fórum de Saúde. O Santander reconheceu o atraso na marcação para consultas e exames psiquiátricos, que chegam a demorar 40 dias, e culpou as operadoras.
Os representantes dos trabalhadores cobraram revisão do Kit afastamento, série de documentos que o bancário precisa preencher ao sair de licença.
Outra reivindicação é o parcelamento na devolução do adiantamento de salários, no caso de afastamento médico. Os bancários pedem que a parcela comprometa, no máximo, 20% da renda mensal do trabalhador e não a vista, como é atualmente.
Os dirigentes sindicais contestaram a avaliação do banco ao atestado médico. Eles pediram que este processo não ocorra durante a licença e também a reformulação da intimação para o trabalhadores comparecerem a uma consulta com o médico do banco, afim de tirar dúvidas sobre a necessidade de afastamento.
Foi denunciada ainda a ingerência sobre os atestados de saúde ocupacional. O banco se comprometeu a descredenciar qualquer clínica que seja flagrada atendendo aos desejos dos chefes de departamentos e não avaliando as reais condições do trabalho. “Nessa questão, pedimos que os bancários denunciem esse tipo de caso”, afirmou Rosane Alaby, que também é bancária do Santander.
Por fim, foi acertada uma reunião para discutir o programa Retorne Bem, estabelecido unilateralmente pelo banco. A categoria, com o apoio do Sindicato dos Bancários de Brasília, reivindica participação na reformulação para atender melhor aos trabalhadores.
Da Redação
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