O Sindicato recebeu com reservas a informação de que BRB e o GDF assinaram proposta de compra, pelo BRB, da folha de pagamento dos servidores do governo no valor de R$ 800 milhões. Por princípio e por lei, o Sindicato entende que a folha de pagamentos do GDF é um ativo que pertence ao BRB, já que o banco foi criado para ser o agente financeiro do governo local, com a obrigação de ser instrumento de desenvolvimento e prestador de serviço do governo, o que sempre incluiu a gestão da folha de pagamentos.
Durante mais de 40 anos de existência, o BRB já prestou inúmeros serviços ao governo sem receber nada por isso, lembra o diretor do Sindicato André Nepomuceno. Disso pode-se tirar que provavelmente o BRB seja credor do GDF, pois, sempre é bom lembrar, além de prestar serviços gratuitamente ao governo, o banco gera seus próprios recursos, não dependendo de nem um centavo sequer do orçamento do GDF. Sempre insistimos em que a maior carência do banco nos últimos anos foi de boas diretorias.
Para o Sindicato, um aspecto a ser considerado nesta discussão é que o governo Arruda, na esteira de um movimento nacional de venda de folha de pagamentos, tomou a decisão de vender este ativo do GDF para qualquer agente que se dispusesse a comprá-lo. Neste aspecto, o BRB sinaliza com a possibilidade de adquirir a folha dos servidores, apontando para uma situação do banco que o Sindicato sempre defendeu, que é a sua viabilidade e permanência como instituição pública do GDF.
Segundo o diretor do Sindicato Kleytton Morais, para ter um posicionamento decisivo sobre essa situação, é necessário se conheçam os termos da proposta oferecida pelo BRB, pois, grosso modo, só é de conhecimento público que o BRB tenha oferecido R$ 800 milhões, divididos em oito parcelas semestrais de R$ 100 milhões. Precisamos saber qual o plano detalhado, de onde e como sairão esses recursos para um melhor posicionamento em relação ao assunto, declarou o diretor do Sindicato.
Sindicato defende sabatina já para detalhamento da proposta para o GDF
Uma forma de se extrair do presidente interino, Francisco Flávio, informações precisas sobre a oferta feita ao GDF pelo BRB, bem como da própria discussão de venda ou não do banco, é por meio de sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos da Câmara Legislativa (procedimento necessário para a confirmação de seu nome como presidente efetivo). Aliás, estranha-se o fato de o governador Arruda, até hoje, não ter remetido àquela Casa uma mensagem que suscitasse esta sabatina, afirma o diretor do Sindicato Antonio Eustáquio.
Paulo Octávio e Arruda: qual prazo estaria valendo?
Ainda sobre a possível venda do BRB, o que envolve a proposta de compra da folha dos servidores do GDF, a impressão que se tem é que a há um desencontro entre os prazos do governador Arruda e seu vice, Paulo Octávio, explicitado na imprensa, contribuindo para aumentar a angústia dos funcionários do banco e as incertezas no mercado.
No último dia 31, por ocasião da entrega da proposta feita pelo BRB, o então governador em exercício, Paulo Octávio (secretário de Desenvolvimento Econômico), também disse que a assinatura da proposta encerra a discussão de venda do BRB, bem como as negociações em curso com o Banco do Brasil. Mas um dia depois, o governador Arruda, em Washington, concede entrevista em que, apesar de considerar satisfatória a iniciativa do banco, afirma que nada está decidido pelos próximos três ou quatro meses e que qualquer decisão só será tomada após conclusão de estudo de empresa de consultoria sobre o BRB e sobre a folha de pagamento do GDF.
Há que haver um encontro de discurso das duas maiores autoridades do DF, pois outro fato relevante é que, conforme divulgado pelo vice-governador após reunião com a diretoria do banco, haveria uma posição sobre a proposta do BRB até o próximo dia 15, o que destoa do prazo citado pelo governador, adverte André Nepomuceno, diretor do Sindicato.
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