Bancários do Banco do Brasil de todo o país realizaram, nesta quarta-feira (22), o Dia Nacional de Luta contra a Gestão Temerária da atual diretoria.
Em Brasília, com o mote “Não à Gestão da Intimidação, do Medo e da Ansiedade”, o Sindicato realizou ato em frente à sede do BB, na Asa Norte, reunindo a categoria para denunciar a insatisfação dos funcionários e funcionárias diante da ilegalidade e arbitrariedade sofridas no dia a dia.
Durante a convocação do ato, dirigentes ouviram novos relatos de intimidação de gestores do banco para impedir a participação da categoria, chegando ao ponto de orientar a não “receber panfletos dos sindicalistas”.
“Nada foi presente ou sorte, todas as conquistas foram resultado de muitas lutas”, destacou Rodrigo Britto, presidente da Fetec-CUT/CN. A estratégia da direção do BB não é diferente da que tentaram em 2018: busca dividir a categoria, observou. “O Sindicato quer diálogo, mas não abandonará a luta sindical, política e a mobilização da categoria”.
“A tentativa do banco de dividir a categoria tem a finalidade de atacar os direitos conquistados”, afirmou Wadson Boaventura, dirigente da Fetec-CUT/CN. Esse clima está causando grande temor na categoria. Para isso, informou Boaventura, o Sindicato manterá um plantão jurídico na sede da entidade no próximo sábado (25) para orientar e esclarecer todas as dúvidas. “Não deixaremos de resistir na defesa de nossas conquistas”.
BB reproduz Itaú
“O ataque à jornada de 6 horas é mais um ataque contra a categoria”, denunciou Rafael Saldanha, também diretor da Federação. “O Sindicato orienta a não se inscrever na concorrência. A finalidade do banco é aproveitar para retirar bancários da atividade”, afirmou. “O BB reproduz o modelo do Itaú, reduzindo os trabalhadores, aumentando a jornada e deteriorando os serviços públicos.”
Desde 2016, quando Michel Temer assumiu a presidência do Brasil, “o banco vem terceirizando os serviços e fechando agências”, destacou Ricardo Machado, diretor do Sindicato.
Wescly Queiroz, diretor da Fetec-CUT/CN, reafirmou a disposição da categoria em enfrentar a famigerada gestão do BB. Lembrou que a direção “pretende atacar o TST, que julgou a ação e, após transitada em julgado, confirmou que o BB aplica assédio moral como forma de gestão”. “A presidência do BB está atacando o que há de mais sagrado, que é a qualidade de vida da categoria”, disse. Reafirmou que “o Sindicato resistirá, como sempre fez, aos ataques que a categoria sofre”.
Fátima Marsaro, diretora jurídica do Sindicato, aposentada do BB, relembrou os tempos em que enfrentava assédio dentro do banco e as lutas vitoriosas travadas pela categoria. “O BB quer mudar o que transitou em julgado e está garantido pelos acordos coletivos e pelas leis”, disse.
O diretor de Comunicação do Sindicato, Ronaldo Lustosa, denunciou que “a ação da direção do BB tem provocado ansiedade, insegurança e adoecimento na categoria”. E exigiu que “a direção do BB respeite a categoria e sua história”.
BB na contramão
Jeferson Meira, o Jefão, secretário de Relações do Trabalho da Contraf-CUT, destacou “a defesa de um BB participativo e público, a serviço de toda a sociedade brasileira, não apenas do mercado. Essa não é uma luta apenas da categoria bancária, mas de toda a classe trabalhadora”. “Várias empresas no mundo estão reduzindo a jornada de trabalho.”
“A história mostra que as conquistas dos trabalhadores sempre foram possíveis”, lembrou o diretor do Sindicato Rafael Guimarães. “A união dos trabalhadores e trabalhadoras tem sido o motor das vitórias obtidas pela classe trabalhadora. É preciso coragem para seguir avançando nas conquistas da categoria bancária.”
O advogado do Sindicato Paulo Roberto observou que “o BB está indo na contramão da história. No mundo todo há redução da jornada de trabalho, e a diretoria do banco quer aumentá-la”. Considerando o desenvolvimento das forças produtivas, o advogado ressaltou que “a tecnologia proporciona que se produza mais com menos horas de trabalho. Isso deve favorecer os empregados, para que tenham menos horas na empresa, possam produzir mais e tenham mais tempo para sua vida pessoal”.
O Sindicato seguirá atuando em todas as frentes - na mobilização da categoria e com ações jurídicas e políticas.
Pedro César Batista
Colaboração para o Sindicato
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