O Sindicato sediou, no dia 21 de outubro, o lançamento do livro Golpe 16, organizado pelo jornalista Renato Rovai e promovido pela revista Fórum, com análises da mídia alternativa sobre a construção do processo que levou ao impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Trata-se da versão da blogosfera de uma história de ruptura democrática que ainda está em curso.

O livro, considerado imprescindível para entender o atual momento político brasileiro, contém artigos de jornalistas, blogueiros e intelectuais, entrevista com Dilma e prefácio assinado pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva.

No lançamento, estiveram presentes a jornalista e integrante do Coletivo Intervozes e do Fórum Internacional pela Democratização da Comunicação (FIDC), Bia Barbosa, e a responsável pelo blog Socialista Morena, jornalista Cynara Menezes, além do presidente do Sindicato, Eduardo Araújo. Ao final, houve uma apresentação musical de Chico Nogueira.

O presidente do Sindicato expressou total adesão à campanha do FIDC e lembrou que a comunicação teve papel essencial no processo de impeachment. “Identificamos que isso era um golpe político-jurídico-midiático”, disse ele.

Araújo também elogiou os artigos apresentados no livro, “que mostram um lado diferente da mídia tradicional, com uma abordagem crítica sobre a construção de um verdadeiro atentado à democracia no Brasil.”

Luta de resistência

Bia Barbosa esclareceu que o Golpe 16 é um livro que traz um conjunto de histórias e experiências de quem vivenciou muito de perto o processo de impeachment da presidenta Dilma e do golpe ainda em curso em nosso país. “A publicação conta, a partir de diversas perspectivas, aspectos fundamentais que foram necessários para consolidação desse golpe que estamos vivendo, desde os interesses internacionais, aspectos financeiro e machista, até a luta de resistência travada em vários espaços de nossa sociedade contra o impeachment”, disse ela.

E afirmou: “A trincheira de resistência vai continuar. Embora o processo de impeachment tenha terminado, a agenda do golpe continua nos atropelando numa velocidade muito intensa e é fundamental que essa resistência aconteça”.

Para a jornalista, iniciativas como a deste livro, de comunicações alternativa, popular e sindical e atuação dos militantes, são fundamentais neste momento, assim como já foram em outros, como o impeachment. “Para fazermos uma grande contranarrativa ao que os grandes meios de comunicação passam, uma vez que a mídia teve grande contribuição na consolidação e legitimação do golpe no Brasil. “Isso mostra a urgência da redemocratização dos meios de comunicação”, enfatizou Bia.

Momento é de debates

A também jornalista Cynara Menezes reiterou que o momento é de debates. “Precisamos rediscutir a esquerda, nos recolocar no mundo, nos renovar e também renovar nossos discursos”, ponderou. E assinalou que “este livro ajuda muito porque transmite um pouco de como a esquerda viu a derrubada da presidenta Dilma. É a nossa visão sobre o que aconteceu”.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília