Em alusão ao Dia Nacional de Luta pela Saúde Mental, a entidade alerta para o avanço dos casos de adoecimento emocional entre bancários e cobra dos bancos medidas concretas contra metas abusivas, assédio moral e sobrecarga

Nesta sexta-feira (10), data em que se celebra o Dia Nacional de Luta pela Saúde Mental, o Sindicato reforça a importância das ações que vêm sendo realizadas pela entidade para melhorar as condições de trabalho no setor bancário.

Segundo levantamento do Sindicato, desde o lançamento do Canal de Atendimento ao Trabalhador (CAT), foram registrados 177 afastamentos relacionados ao ambiente bancário. Desses, 156 (88%) têm como causa o adoecimento psíquico. Lideram o número de casos o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal.

Os principais gatilhos apontados pelos trabalhadores são assédio moral, metas abusivas, gestão pelo medo e sobrecarga constante.

“O Sindicato atua na tentativa de solucionar os casos com o remanejamento do trabalhador ou da trabalhadora, mas, na maioria das vezes, os bancos não têm abertura para essa medida. Também temos buscado a punição dos assediadores por meio do nosso canal de denúncias, conforme o último CCT, que dispõe sobre tratativas diretas dos bancos para a resolução dos casos apresentados”, relatou Vanessa Sobreira, diretora da Secretaria de Saúde do Sindicato.

O Sindicato atua, também, oferecendo atendimento psicológico para casos com causa no trabalho. Assim como oferece apoio jurídico e a abertura de CAT, Comunicação de Acidente do Trabalho. Há também o importante canal de denúncias de assedio moral e discriminações. Tudo isso para auxiliar os bancários no fortalecimento ou recuperação de sua saúde mental. “Não se calem!”, orienta Vanessa Sobreira..

Contexto nacional e importância das políticas públicas

Dados recentes corroboram esse cenário: de acordo com a Iniciativa SmartLab, do Ministério Público do Trabalho (MPT) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT), os afastamentos por problemas de saúde mental no Brasil aumentaram 134% entre 2022 e 2024. Em 2024, foram cerca de 472.328 licenças médicas concedidas por transtornos mentais, o maior número em pelo menos 10 anos.

Segundo o Sindicato dos Bancários do Rio, estudos publicados em periódicos científicos nacionais apontam que o assédio moral no ambiente de trabalho, especialmente em organizações com cobrança excessiva por metas, é um dos principais responsáveis por esse adoecimento.

O que se faz e o que ainda precisa avançar

O Sindicato dos Bancários reforça três frentes essenciais de atuação:

• Prevenção primária: conscientizar trabalhadores e instituições; tratar a organização do trabalho - metas, jornadas, supervisão, gestão -, de modo a evitar o surgimento de doenças mentais, além de desmistificar problemas psicológicos, muitas vezes rotulados como “frescura”.
• Atendimento e suporte: além do CAT, manter os serviços de apoio psicológico para bancários com adoecimento relacionado ao trabalho e continuar lutando por condições de trabalho mais humanizadas.
• Pressão institucional: exigir que os bancos cumpram políticas de bem-estar, adotem regras claras contra o assédio moral e sexual, apliquem metas justas e promovam acordos coletivos que protejam a saúde mental dos trabalhadores.

Neste Dia Nacional de Luta pela Saúde Mental, o Sindicato chama a atenção para que as instituições bancárias, autoridades públicas e a sociedade reconheçam que saúde mental não é tema acessório, mas condição essencial para uma vida digna, um trabalho sustentável e relações justas.

Afinal, a saúde mental é crucial para o bem-estar geral do indivíduo, impactando suas relações interpessoais, sua capacidade de lidar com o estresse e sua produtividade no trabalho e na vida.

Serviços

Agendamento com psicóloga, advogada previdenciária e abertura de CAT: 61 99801-1141 (WhatsApp)

Agendamento com advogado trabalhista: 61 99603-2833 (WhatsApp)

Canal de Denúncias de Assédio e outras discriminações: https://bancariosdf.avaluesistemas.com.br/assedio/

Stéffany Santos
Colaboração para o Sindicato