
Uma gaiola, uma prisioneira, chicotes, correntes e ameaças. Assim foi retratada a política de descomissionamentos de funcionários do Banco do Brasil, em ato realizado nesta quinta-feira (11) pelo Sindicato, em frente ao edifício Sede III. Valendo-se de retaliações e descumprimento o acordo coletivo, o BB tem retirado arbitrariamente as comissões daqueles que decidiram lutar pelos seus direitos e entrar com ação de 7ª e 8ª horas na Justiça.
A encenação representou trabalhadores que têm seus direitos atacados e a forma violenta como o banco tem reprimido e assediado moralmente esses funcionários. “Eles estão sendo descomissionados simplesmente porque tiveram suas ações de 7ª e 8ª horas tramitadas em julgado”, explica o diretor da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Alexandre Stilben.
Já somam sete os descomissionamentos realizados pela Diretoria de Controladoria (Dirco) e pela Diretoria de Finanças (Difin) de funcionários com excelentes avaliações unicamente por buscarem a Justiça. “O que o banco tem que fazer é regularizar a jornada de trabalho, e não atacar seus funcionários”, destaca Saulo Rodrigues, diretor do Sindicato.

Segundo o diretor do Sindicato Eduardo Araújo, é comum o discurso falso de diretores do banco alegando que não podem manter pessoas trabalhando 6 horas e recebendo como se a jornada fosse de 8. Araújo explica que esse tipo de prática vai gerar um prejuízo ainda maior para a empresa. “Com processo judicial, o banco será obrigado a pagar danos morais, incorporação de 7ª e 8ª horas, e os funcionários trabalharão como escriturários, mas com salário de assessores. Quem paga essa conta são os bancários e acionistas do BB”, denuncia.
Essa política já levou Renê Sanda, diretor de investimentos da Previ, o fundo de pensão do funcionalismo, a ser processado pelo Sindicato para devolver R$ 500 mil aos cofres do banco. Agora, o Sindicato estuda uma nova ação contra outro diretor por gerar prejuízo de mais de R$ 1 milhão ao erário, já que o BB é uma instituição pública. Esse rombo reflete diretamente nas receitas dos funcionários, que têm diminuída a PLR e aumentadas as metas abusivas.
“Não deixaremos barato nenhum prejuízo causado pela diretoria do banco. O Sindicato continuará com ações judiciais contra esses dirigentes do BB para que seja colocado um fim nesse processo indiscriminado de descomissionamentos. É uma injustiça contra aqueles que buscam seus direitos”, declara Araújo.
Pricilla Beine
Do Seeb Brasília
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