

A defesa da juventude negra vítima da violência, do preconceito e da discriminação foi tema de sessão solene, nesta segunda-feira (28), no plenário Ulysses Guimarães, na Câmara dos Deputados. O evento, que contou com a participação do Sindicato, foi uma homenagem ao Dia Internacional pela Eliminação da Discriminação Racial (comemorado em 21 de março), de iniciativa do deputado Vicentinho (PT-SP).
“Temos que defender a juventude, principalmente a negra, vítimas maiores da violência e do preconceito. Teremos uma sociedade justa quando jovens brancos e negros forem tratados da mesma forma e tiverem os mesmos direitos”, afirmou Vicentinho.
Cota para negros nos bancos
Compondo a mesa estava o coordenador nacional da Educafro, Frei David Santos, que falou da criação de cotas para negros nas universidades não só para a graduação, mas também para os cursos de mestrado e doutorado.
Frei Davi passou informes sobre a audiência pública na Comissão de Direitos Humanos do Senado (CDH), realizada no mesmo dia (28), quando foi discutida a criação de cotas para negros nas instituições bancárias. “As metas para inclusão não estão sendo cumpridas pelos bancos. Por que será que esse setor, que mais ganha dinheiro no Brasil, é o que mais discrimina os negros?”, indagou.
Mortalidade dos jovens negros
Nilma Lino Gomes, ministra das Mulheres, da Igualdade Racial e dos Direitos Humanos, apresentou informações sobre a mortalidade da juventude brasileira que, segundo ela, não é preocupação apenas dos movimentos sociais, mas também do governo.
“Não podemos deixar de discutir temas ligados à população negra no Brasil, à justiça social e à democracia. Um dos maiores desafios atuais é o de reduzir o índice de mortalidade entre os jovens brasileiros, principalmente negros, que são vítimas da violência. Tenho certeza que vamos construir juntos uma saída para essa situação.”
Segundo os dados do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) de 2012, das mais de 56 mil pessoas assassinadas, 30 mil eram jovens (53,4%) entre 15 a 29 anos. Dentre esses jovens, 93,4% eram homens e 72,5%, negros.
A ministra destacou avanços na luta contra a violência, entre eles o Estatuto da Juventude; a criação da Secretaria Nacional da Juventude, prevista para ser incluída no ministério o qual ela comanda; e a implantação do Plano Juventude Viva, que reúne ações de prevenção para reduzir a vulnerabilidade de jovens negros entre 15 e 29 anos.
Participaram da solenidade representantes de várias entidades, entre elas Educafro, Sindicato dos Bancários de Brasília, Movimento de Meninos e Meninas de Rua, da Juventude Negra e Movimento Hip Hop Posse Raussa.
Rosane Alves
Do Seeb Brasília
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