Diante da cobrança que será feita pela Cassi de resíduos de coparticipação nas consultas e exames realizados pelos participantes do Plano de Associados no período remanescente de 2003 até 2012, para cobrir um rombo de aproximadamente R$ 36 milhões, o Sindicato dos Bancários de Brasília exige uma auditoria minuciosa nas contas do plano de saúde dos funcionários do Banco do Brasil e punição aos diretores e diretoras que fizeram vista grossa para o problema. Detectado em 2008, o problema só veio à tona agora, justamente depois que alguns gestores deixaram a diretoria da Caixa de Assistência.
Durante a reunião conjunta dos delegados sindicais do Banco do Brasil e da Caixa Econômica Federal realizada pelo Sindicato na terça-feira (21), na AABB, em Brasília, a diretora eleita de Planos de Saúde e Relacionamento com Clientes da Cassi, Mirian Fochi, tirou as dúvidas sobre a cobrança que será feita pelo plano de saúde.
“Essa cobrança foi aprovada pela diretoria executiva da Cassi antes de eu assumir o mandato. Desde 2010, já se sabia dos resíduos. Embora a diretoria tenha aprovado a cobrança em janeiro deste ano, a mesma somente veio a ser executada já na nova gestão que se iniciou. De qualquer forma, penso que temos que cuidar da Cassi e que a cobrança é devida e justa. Procuramos minimizar ao máximo os efeitos para os associados, dispensando juros e correção monetária. Também serão parceladas as dividas acima de R$ 50,00, respeitado o limite de 1/24 previsto no regulamento do Plano", diz Mirian Fochi.
Para os associados que tiveram o débito até R$ 50,00 na folha de agosto, o extrato individual está disponível no site da Cassi. Para os que terão os débitos efetuados a partir de novembro, os extratos serão disponibilizados a partir de outubro deste ano.
Delegados sindicais propõem punição dos responsáveis
Os delegados sindicais propuseram que os (as) diretores (as) da Cassi que deixaram o problema acontecer, e não agiram para resolvê-lo logo, sejam responsabilizados pecuniariamente pelo rombo. Os delegados sindicais também sugeriram uma moção de repúdio contra os responsáveis por essa grave situação, que trouxe grande risco para o plano de saúde.
O extrato individual dos associados, desde 2003, será disponibilizado a partir de outubro deste ano para consulta. O débito mensal será limitado a 1/24 dos vencimentos de cada um e será parcelado. Além disso, os eleitos do Conselho Deliberativo da Cassi lutaram e conseguiram que não seja cobrada a correção monetária sobre os valores atrasados. Os valores referem-se a cobranças de coparticipação em consultas ambulatoriais desde 2003 e coparticipação em exames a partir de 2007.
A culpa é do sistema
De acordo com o plano de saúde, o problema se refere a pendências de coparticipação sobre consultas médicas e exames, que são devidas pelos associados, mas não foram cobradas devido a inconsistências no sistema.
O Sindicato e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) questionam por que só agora a Cassi resolveu regularizar a situação, já que o problema foi detectado em 2008. A pendência já dura quatro anos, e nesse período os associados não foram sequer comunicados de sua existência. A decisão de cobrar foi tomada em maio deste ano, quando terminou o mandato de parte dos dirigentes da Cassi. "Por que os diretores da gestão anterior não tomaram as devidas providências e deixaram o problema estourar agora?", questiona William Mendes, coordenador da Comissão de Empresa dos Funcionários do BB.
Os recém-eleitos da Cassi levaram o problema à Comissão de Empresa dos Funcionários do Banco do Brasil (CEBB), que mostrou seu inconformismo com a cobrança e, em reunião com o banco, exigiu que o débito mensal fosse limitado a 1/24 dos vencimentos de cada um, para evitar prejuízos maiores aos associados.
Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília
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