
Na foto acima, o prersidente do BRB, Paulo Evangelista (de branco e verde), desembarca no município de Buritis (MG) para participar de evento em propriedade particular
Como se não bastassem alguns acontecimentos recentes para os quais a diretoria do BRB deve explicações (embora tenha respondido às indagações, o fez com evasivas), no sábado 24 de agosto, ocorreu mais um fato que necessita de esclarecimentos. O BRB patrocinou, em Buritis (MG), um evento em uma propriedade particular agrícola de produção de eucalipto, segundo o banco, para expor a produtores rurais da região produtos financeiros voltados para o crédito rural. Patrocinar eventos com o objetivo de divulgar os produtos do BRB com vistas à alavancagem de negócios não é nenhum problema. No entanto, tal evento se recobre de acontecimentos que necessitam explicações, tais como:
1) – Por que um evento público, patrocinado pelo BRB, ocorreu em uma propriedade particular?
2) – Por que especificamente em uma propriedade voltada para o plantio de eucalipto, sabendo que o presidente do BRB, Paulo Evangelista, também possui uma fazenda com a mesma destinação, e ainda uma empresa cujo foco também é relacionado a este tipo de cultura? 3) – O que significa a promessa de uma agência na cidade, sabendo que não há nenhum estudo prévio sobre a viabilidade da mesma? Na ocasião, o presidente afirmou que assumiu o BRB com a deliberação do “chefe”, o governador Agnelo Queiroz, para expandir o banco, o que leva ao questionamento, como se dará esta expansão no que se refere à abertura de novas agências? Além destas explicações devidas, dois fatos inusitados ocorreram no evento: primeiro, em sua fala, o presidente afirmou que a Informática do banco é defasada (todos os funcionários do banco sabem disso). Porém, isto configura uma tremenda contradição em um evento que pretendia ‘vender’ produtos do banco. Qual a percepção de possíveis investidores quando seu executivo maior descredencia o próprio banco expondo problemas internos? E o segundo fato refere-se ao meio de transporte utilizado pelo presidente, que chegou ao evento a bordo de um helicóptero, tendo outro helicóptero trazido, segundo fontes presentes ao evento, familiares dele. Em reunião com gerentes do banco, o presidente disse ter se tratado de uma cortesia após um voo sobre fazendas de produtores rurais da região de Luziânia (GO). Ocorre que tal tipo de ‘presente’ é vedado pelo código de ética do banco, que está disponível no site do próprio BRB. Cabe ao Governo do Distrito Federal (GDF), em especial à Secretaria de Transparência, responder se tal situação não configurou quebra do referido código de ética. O Sindicato dos Bancários, cioso de suas responsabilidades com a preservação do banco público, cobra explicações convincentes sobre estes fatos citados, bem como aguarda ainda a respostas consistentes sobre indagações contidas em ofício enviado ao banco. Tal ofício, a bem da verdade foi respondido, porém de forma evasiva, o que não esclarece questões como a comprovação da redução de gastos com a implantação da nova estrutura, a possível contratação da consultoria Accenture por mais de R$ 20 milhões, e ainda sobre o fundo imobiliário que pode vir a ser materializado pelo banco. Como se vê, estão crescendo os fatos carentes de explicação por parte da diretoria do BRB, cuja gestão deve se pautar pela observância de absoluta transparência, como sempre afirmou ser marca de seu governo o governador Agnelo. E cabe aqui reparos sobre possíveis respostas do banco que, em audiência com o Sindicato, alegou que certas informações, especialmente sobre o fundo imobiliário, as quais devem ser públicas segundo os órgãos reguladores, não podem ocorrer por estratégia de negócio. A não ser que sejam negócios questionáveis. A rigor, este tipo de investimento (fundo imobiliário) tem propiciado ótimos negócios para outras instituições financeiras. Porém, um bom retorno depende de certos fatores de como se estrutura tal fundo. Cabe ao banco esclarecer de vez estas questões. Estão lançadas as perguntas.
Da Redação