Assédio moral, metas abusivas, falta de funcionários para um número cada vez maior de clientes, além de extrapolação da jornada e carga excessiva de trabalho. Di-ligência interna realizada pelo Sindicato constatou que essa tem sido a triste realidade dos funcionários de agências do Unibanco no DF que, por conta disso, tornaram-se presas fáceis das doenças ocupacionais (como LER/Dort).
O montante investido pelo banco em propaganda e marke-ting é inversamente proporcional ao aplicado na melhoria das condições de trabalho dos bancários, denuncia o diretor do Sindicato e funcionário do Unibanco Washington Henrique, que nesta segunda-feira procurou o gerente da agência Palácio do Comércio (Setor Comercial Sul), Bruno Augusto, para buscar solução para esses problemas.
A situação ficou ainda mais grave na agência nos últimos meses por conta de um convênio firmado entre o banco e a Capital Empresa de Serviços Gerais, pelo qual a unidade passou a administrar as cerca de cinco mil folhas de pagamento dos funcionários da empresa, sobrecarregando em demasia o trabalho dos já poucos caixas disponíveis. Informações dão conta de que o banco deverá receber ainda, mesmo sem estar preparado para isso, mais 1500 contas.
Há denúncias de bancários que estão trabalhando ininterruptamente, sem horário de almoço e, quando podem almoçar, são obrigados a fazê-lo em apenas 15 minutos, o que constitui uma fraude às relações trabalhistas.
O Sindicato cobrou uma resposta para as demandas dos funcionários, as maiores vítimas das imprudências da direção do banco. Mas mal teve tempo para colocá-las. Pressionado pela grande quantidade de clientes que aguardava por atendimento, o gerente teve que interromper a reunião. É o retrato mais visível disso tudo e que o banco se recusa a enxergar e que o Sindicato não se cansa de denunciar: as longas filas, pela falta de funcionários, e o próprio ge-rente sente isso na pele, disse o dirigente sindical.
Os bilionários lucros dos bancos deixam claro que está sobrando dinheiro e que este dinheiro poderia ser investido em contratações, gerando mais empregos para a economia e melhor atendimento para a população. Aliás, essa é uma das bandeiras dos bancários nesta campanha salarial.
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