O Sindicato enviou, nesta quarta-feira (13), um ofício à vice-presidência de Tecnologia e Digital da Caixa cobrando a abertura imediata de negociação sobre a nova política de teletrabalho anunciada pelo banco em 25 de junho. A medida, que reduziu para dois dias por semana o limite de trabalho remoto, passou a exigir equipamentos próprios dos empregados e priorizou o retorno presencial para cargos operacionais, foi implementada sem diálogo com as representações sindicais e gerou forte insatisfação na categoria.

Segundo o documento, as mudanças tiveram impactos profundos na vida de milhares de trabalhadores, especialmente diante da falta de transparência e da ausência de informações objetivas sobre o processo. O Sindicato aponta que a decisão afronta princípios básicos do diálogo social e do equilíbrio entre vida pessoal e profissional.

A entidade solicitou a abertura de mesa de negociação para rever as regras do teletrabalho, conforme determina a legislação (Lei nº 13.146/2015 e Lei nº 14.442/2022), e cobrou informações sobre as ações em andamento para assegurar a estabilidade da conexão, o acesso remoto e a segurança dos dados. Também foi requisitado um cronograma detalhado para a normalização do acesso via VPN/VDI, a identificação das causas dos problemas técnicos e as medidas corretivas definitivas.

No ofício, o Sindicato questiona a justificativa apresentada pela Caixa de que a decisão foi baseada em análise estratégica e experiências de sucesso, ressaltando que há um elevado número de queixas vindas da base, principalmente de empregados da área de Tecnologia da Informação (TI).

“Até agora, as respostas da direção não apresentam soluções efetivas e não indicam quando será restabelecida a normalidade. Isso impacta diretamente a vida funcional e pessoal dos trabalhadores, especialmente em setores críticos como a TI”, afirma o documento.

"A suspensão do home office mexeu com a rotina de muitos empregados. É inadmissível uma demora tão grande para a solução, haja vista que outras instituições financeiras também foram vítimas do ataque cibernético e já estão operando normalmente. Mais grave ainda é a falta de informações e de transparência para com os empregados. Entendemos a situação de crise, mas a demora na solução e na transparência já ultrapassou o limite da tolerância", cobra o diretor do Sindicato Antonio Abdan, que integra a Comissão Executiva dos Empregados da Caixa (CEE/Caixa) representando a Federação Centro-Norte (Fetec-CUT/CN).

O Sindicato reforça que aguarda um retorno objetivo e fundamentado, para que as informações sejam repassadas à categoria e seja restabelecido o diálogo construtivo, essencial para as relações de trabalho.

Leia o ofício na íntegra:

Da Redação