
O Sindicato recebeu e já está apurando as denúncias de assédio moral que envolvem a Diretoria de Varejo do Banco do Brasil.
“Já indicamos o acionamento do departamento jurídico do Sindicato e do Ministério Público do Trabalho. Assim que tivermos em mãos todas as informações necessárias, tomaremos as medidas cabíveis, além da ação na Justiça”, avisa Eduardo Araújo, diretor do Sindicato.
De acordo com Araújo, após confirmadas as denúncias, entre as ações planejadas para coibir essa prática perniciosa dentro do banco, em particular na Diretoria de Varejo, o Sindicato tornará público até mesmo o nome dos assediadores, uma vez que o Banco do Brasil não assinou o acordo aditivo da Fenaban, que prevê sigilo no programa de combate ao assédio moral.
Informe-se e denuncie
Conquista da Campanha Nacional de 2010, o acordo aditivo de combate ao assédio moral foi assinado por diversos bancos em janeiro de 2011. Bradesco, Itaú Unibanco, Santander, HSBC, Caixa Econômica Federal, Citibank e Votorantim, Safra e BIC Banco assinaram o documento, cuja adesão é voluntária.
No caso do Banco do Brasil, que não assinou o aditivo, os bancários contam com os chamados comitês de ética para apurar os casos, acionados após apuração da denúncia pela Ouvidoria Interna, que por sua vez tem uma imagem desgastada por causa, entre outras coisas, da sua posição hierárquica na estrutura organizacional.
Para fazer a denúncia, o Sindicato dispõe de um canal próprio. Basta clicar no link de acesso ao formulário, localizado no alto da página, à direita, onde o bancário vai encontrar todos os detalhes sobre os procedimentos para preenchimento e envio. Vale ressaltar que todos os dados informados pelo bancário são mantidos no mais absoluto sigilo. Se preferir, o trabalhador também pode fazer a denuncia pessoalmente no Sindicato (EQS 314/315 – Asa Sul. Fone: 3262-9023).
Após receber as denúncias, os bancos terão um prazo máximo de 60 dias para apurá-las e prestar esclarecimentos aos sindicatos, que tomarão as providências legais cabíveis.
O Sindicato reforça que a luta pelo fim do assédio moral começa nos locais de trabalho e depende também da participação da categoria. “É preciso se informar sobre o assunto, conversar com os dirigentes sindicais e com os colegas, acompanhar as notícias do Sindicato, de modo a entender melhor e estar ciente da importância e de como usar mais essa ferramenta que está à disposição da categoria para auxiliá-la”, ressalta Eduardo Araújo.
Os bancários são uma das categorias que mais adoecem vítimas de transtornos psíquicos, resultado direto do modelo organizacional dos bancos baseado na pressão pelo cumprimento de metas, muitas vezes impossíveis de serem cumpridas, o que está intimamente ligado à prática de assédio moral. Dados do INSS já apontam que a incidência de problemas psíquicos na categoria bancária é equivalente aos casos de trabalhadores acometidos pelas LER/Dort.
Renato Alves
Do Seeb Brasília
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