Servidores públicos de todo o país realizarão, no dia 29 de outubro (quarta-feira) a partir das 9h da manhã, no Museu Nacional da República, em Brasília, a Marcha Nacional do Serviço Público contra a Reforma Administrativa.
O ato convocado pela CUT em conjunto com outras centrais sindicais, confederações e federações de servidores, conta com o apoio das frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo.
O protesto será o ponto alto da mobilização contra a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Reforma Administrativa, de autoria dos deputados de extrema direita Zé Trovão (PL-SC), Fausto Santos Jr. (União Brasil-AM) , Marcel van Hattem (Novo-RS) , Neto Carletto (Avante-BA) e Júlio Lopes (PP-RJ). O relator é o deputado federal Pedro Paulo (PSD-RJ).
Transformar resistência em ação de rua
“A decisão de fazer a Marcha Nacional das Três Esferas [servidores federais, estaduais e municipais] expressa justamente transformar a resistência em ação de rua para enfrentar uma reforma que é uma farsa, porque não combate privilégios, mas sim transfere recursos da saúde, da educação e da assistência para garantir o poder e os privilégios do próprio Congresso e dos mais ricos que sua maioria representa,” afirmou Sérgio Antiqueira, secretário de Relações de Trabalho da CUT Nacional.
Ele explica, ainda, que a retomada da pauta da Reforma Administrativa, articulada no Congresso pelo presidente da Câmara Federal, Hugo Motta (Republicanos-PB), reacendeu a mobilização sindical.
“É uma proposta autoritária e centralizadora, que retira ainda mais poder não só da União, mas dos governos estaduais e municipais, esvaziando o voto popular e dissolvendo o serviço público e os direitos constitucionais”, afirmou.
Uma luta que é de toda a sociedade
Antiqueira reforça que a defesa do serviço público é uma pauta que ultrapassa o interesse corporativo dos servidores.
“O ato do dia 29 é o primeiro grande passo de uma jornada que vai combinar luta institucional, comunicação de base e mobilização popular. Queremos colocar novamente o povo em movimento, denunciar o Congresso inimigo do povo e defender o Estado que garante direitos”, declarou.
"Essa é uma luta de todo o serviço público, mas também de toda a sociedade. Por isso, a decisão foi unânime: ir para a rua e construir um novo ciclo de mobilização até derrotar essa reforma que quer demolir o Estado brasileiro- Sérgio Antiqueira
Prejuízos à população
Com a reforma, boa parte dos serviços públicos pode ser privatizado e terceirizado, além de permitir a contratação de não servidores, fazendo com que os indicados por políticos sirvam aos interesses particulares ao invés de atender a população.
Desde o governo de Jair Bolsonaro (PL-RJ) que a direita vem tentando fazer uma Reforma Administrativa, mas foi a resistência dos servidores que barraram a PEC nº 32 de 2020. Para os servidores o novo texto é uma forma de ressuscitar o que foi barrado anteriormente.
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A reforma e os impactos no serviço público
A proposta de Reforma Administrativa apresentada pelo deputado Pedro Paulo (PSD-RJ) retoma o discurso de “combate a privilégios” e modernização do Estado, mas provoca impactos diretos nas relações de trabalho do funcionalismo público. A análise técnica elaborada pela LBS Advogadas e Advogados aponta que o texto, dividido em quatro eixos (governança, transformação digital, profissionalização e extinção de privilégios), altera profundamente o regime jurídico dos servidores e pode reduzir direitos consolidados. Acompanhe:
Aposentados: Vedação de incorporações.
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Os principais pontos da reforma no novo texto
Férias de 60 dias: reduzidas para 30 dias, exceto para categorias específicas (professores e profissionais de saúde em risco).
A PEC, se aprovada, não pode ser vetada pelo Presidente da República. Ela ainda não começou a tramitar, pois precisa de 171 assinaturas dos deputados.
Com colaboração da LBS Advogadas e Advogados
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