Banco BRB

3 de Agosto de 2012 às 19:02

Seminário dos Delegados Sindicais do BRB debate importância da unidade e conjuntura para a Campanha 2012

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Bancários do BRB abriram na manhã desta sexta-feira 3, na sede do Sindicato, o Seminário dos Delegados Sindicais, em mais um importante passo da Campanha Nacional 2012. Na programação da manhã, os trabalhadores fizeram um amplo debate sobre conjuntura política e econômica para o próximo semestre, como forma de subsidiar as discussões para a construção da pauta de reivindicações específicas.  

 

“Vocês farão o debate que importa para a categoria. Temas como a situação atual do BRB, seu caráter público e mais contratações são essenciais para as discussões que resultarão na pauta de reivindicações. Vamos à luta, com a convicção de seguir conquistando bons acordos no BRB”, afirmou o presidente do Sindicato e da CUT-DF, Rodrigo Britto, na abertura do encontro.

A diretora da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e do Sindicato dos Bancários de Brasília, Fabiana Uehara, saudou os delegados do BRB na abertura do Seminário. “Devemos estar unidos para avançar nas nossas conquisras. Nossa participação ativa na luta é fundamental”, enfatiza.


A secretária-geral do Sindicato e funcionária do BRB, Cida Sousa, frisou a importância da mobilização e fez um apelo à unidade para o sucesso da campanha. “Vamos nos preparar para um forte embate com os bancos este ano. A unidade da categoria é muito importante para obtermos êxito tanto em relação às reivindicações gerais quanto no que diz respeito às específicas”, adiantou.


Cenário favorável para conquistas

 

No painel de conjunta econômica, o economista do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) Pedro Tupinambá afirmou que o mundo vive momentos de incertezas por conta da crise financeira, que atinge principalmente a zona do euro.

 

Segundo o economista, além da Europa, Estados Unidos, China e Índia também passam por um processo de desaceleração da economia, cujas consequências para o Brasil chegam na forma da diminuição do ritmo de investimentos, com impactos, por exemplo, na oferta de crédito. Mas o especialista ponderou: apesar do cenário internacional desfavorável, o Brasil seguiu crescendo e os bancos continuaram batendo recorde de lucratividade.

 

Isso se deu, de acordo com Pedro Tupinambá, mesmo com os bancos aumentando injustificadamente os provisionamentos para devedores duvidosos (PDD) – reserva feita com base na expectativa de perdas com inadimplência, que entram no resultado como despesa e assim diminuem o lucro. “O BRB, por exemplo, aumentou o valor dos provisionamentos para 14%. Foi uma jogada do banco, já que o Brasil não está sendo amplamente afetado pela crise. Basta ver que a inflação está bem próxima da meta estipulada pelo Banco Central”, justificou.


Demissões x lucro

 

O economista também abordou o problema das demissões e da alta rotatividade nos bancos, apesar dos altos lucros alcançados. Dados do Dieese mostram que somente no ano passado os seis maiores bancos que atuam no Brasil lucraram, no acumulado, R$ 58 bilhões e mesmo assim demitiram em massa. Prova disso é que 58% dos desligamentos foram sem justa causa.

 

O objetivo dos bancos ao lançarem mão de tantas demissões imotivadas, que atingem principalmente aqueles com mais tempo de casa, é diminuir custos contratando novos com salários mais baixos. Os novos contratados no setor bancário ganham 38% a menos que os demitidos. Nos demais setores da economia, comparou o palestrante, a média geral de diferença salarial entre novos e dispensados é de 7%.


Correspondentes bancários

 

A precarização do trabalho com a contratação de correspondentes bancários foi outro tema debatido durante vários momentos do Seminário. É que os funcionários do BRB estão preocupados com o aumento do número de pontos do BRB Conveniência.

 

Nesses locais trabalham os chamados correspondentes bancários, que não possuem os mesmos direitos da categoria bancária: os salários são rebaixados, falta segurança no local de trabalho e eles sequer recebem treinamento para fazer os mesmos serviços que são feitos nas agências.

 

“Clientes e usuários não têm segurança nenhuma nesses locais. Não há vigilante e nem a garantia do sigilo da informação bancária. Os correspondentes recebem salários baixos, extrapolam a jornada diária e são submetidos a condições inadequadas de trabalho”, explica Cristiano Severo, diretor do Sindicato.

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O secretário de Organização da CUT, Jacy Afonso (na foto acima, ao microfone), falou da importância da regulamentação do sistema financeiro para combater a precarização do serviço bancário. “A regulamentação é necessária para que os trabalhadores e a população sejam resguardados”, comenta.


"O correspondente bancário é um fator de exploração, de precarização das relações de trabalho e de risco para a sociedade porque ele não conta, por exemplo, com a segurança que uma agência bancária tem. Aliás, a agência bancária já nem tem tanto, quanto mais correspondente bancário. Cabe ao governo do Distrito Federal, cabe à direção do BRB rever essa questão do BRB Conveniência e ampliar a contratação de funcionários e do número de agências do BRB”, diz o secretário de Organização da CUT Nacional.


Jacy Afonso também destacou que a categoria bancária é a única que tem uma convenção coletiva, válida nacionalmente, e que neste ano os bancários devem estar dispostos para a luta, mais uma vez. “Nós temos que lutar pelo salário mas também pela contratação da remuneração total, que incida sobre o 13º salário, férias e demais benefícios. Não devemos ser imediatistas com a procura de abonos e benefícios que não são garantidos futuramente”. Ele lembrou a situação dos aposentados.“Muitos bancários não se aposentam no tempo certo porque tem o salário reduzido quase em 50%. Além disso, perdem tíquete-alimentação, PLR, e, por isso, continuam a trabalhar até quando podem. Temos que pensar no futuro”.

 

Banco público


Na discussão sobre a importância dos bancos públicos, o secretário de Organização da CUT destacou o potencial do BRB para exercer o papel de banco regional. “Acho que o BRB tem vocação para ser um banco regional no Centro-Oeste e pode até assumir a administração do Fundo Constitucional [de Financiamento do Centro-Oeste]. O movimento sindical precisa refletir sobre essa bandeira. Nós temos no Norte o Banco da Amazônia, nós temos no Nordeste o Banco do Nordeste e aqui no Centro-Oeste nós não temos um banco que discuta o desenvolvimento da região Centro-Oeste. O BRB poderá fazer isso junto com o Banco do Brasil, que é quem administra o Fundo Constitucional”, ressalta Jacy Afonso.


*Atualizada às 17h42 de 7 de agosto

 

Thaís Rohrer
Do Seeb Brasília

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