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11 de Abril de 2016 às 13:52

Seminário discute papel dos bancários na conjuntura nacional

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Questões que visam alavancar a classe trabalhadora brasileira e os mais pobres para o centro do debate econômico e político foram o eixo do seminário “O Brasil e os bancários”, realizado pela Fenae e a Contraf-CUT, nesta quinta-feira (7), em Brasília.


O professor e cientista político Emir Sader, um dos palestrantes da manhã, falou do processo de “invisibilização” do mundo do trabalho. A vida cotidiana dos trabalhadores, segundo ele, não está no imaginário da sociedade. “Especialmente, os bancários, que estão no 'olho do furacão' do setor financeiro, espinha dorsal do capitalismo na era neoliberal.”

Para Sader, o Sindicato dos Bancários tem um papel essencial, que é o de resgatar o significado do trabalho, com destaque para a vida dos bancários. “É preciso recolocar para a sociedade o valor do mundo do trabalho, uma das atividades mais importante a qual a gente mais se dedica”, ressaltou.

Sobre a conjuntura, o professor disse que os dias atuais são momentos decisivos para a história do país, que é marcada pela disputa de projetos antagônicos. “Temos que reformar o Estado para que ele se relacione melhor com os movimentos sociais e barrar a ideologia neoliberal no Brasil.”

Novo mundo do trabalho

Economista e professor da Unicamp, Marcio Pochmann disse que estamos vivendo uma transição muito importante no mundo do trabalho. Essa transição acontece a partir da classe trabalhadora, associada à industrialização para uma classe trabalhadora associada ao serviço.

“Esse mundo novo do trabalho pressupõe conhecê-lo, inclusive, para construir uma agenda que dê conta das reivindicações e anseios dessa nova classe trabalhadora que tem características muito distintas da classe trabalhadora tradicional.”

Para Pochmann, é preciso considerar as condições de trabalho, de organização e de representação tendo em vista a fragmentação e o processo de intensa exploração do trabalho. “Esse é um papel que o sindicalismo tem que realizar, objetivando justamente construir uma maioria que una os interesses abrangentes da classe trabalhadora brasileira.”

Sobre a conjuntura atual, Pochmann disse que a análise não deve ser feita com um olhar limitado pela perspectiva do curto prazo. “É interessante sair desta prisão que é a lógica do mercado financeiro e voltar a planejar nosso país e nossas instituições. Independentemente dos próximos resultados, os sindicatos continuarão atuando e a luta de classe não vai acabar.”

Cenário político

O senador Lindbergh Farias (PT-RJ) enfatizou a importância de se mobilizar toda a sociedade brasileira para derrotar o impeachment. “Esse é um golpe clássico que está sendo desferido contra a nossa democracia”.

Sobre a economia brasileira, Lindbergh acredita que o caminho para voltar a crescer passa por mais investimento nos mais pobres. “Temos que fazer o que foi feito em 2008, baixar a taxa de juros e aumentar o gasto social, colocando dinheiro na mão do trabalhador para dinamizar a economia”.

O senador falou, ainda, da necessidade de se adotar duas medidas centrais. “Temos que apresentar ao Congresso um projeto de democratização dos meios de comunicação, que já deveria ter sido feito. A outra coisa é tributar grandes fortunas. Neste país, quem paga imposto é trabalhador.”

No encerramento da sua fala o senador destacou que está muito confiante para um novo começo. “Vamos dinamizar a economia com a opção pelos mais pobres e trabalhadores.”    

Papel dos bancários

Ao se discutir as questões relacionadas à categoria bancária, com foco nas questões da Caixa Econômica Federal, o senador Lindbergh parabenizou a categoria bancária contra o PLS 555/2015. “Foi a partir da mobilização dos bancários que conseguimos derrotar pontos importantes deste projeto que queria transformar todas as empresas públicas em sociedades anônimas, ou seja, privatizar”.

Enilson da Silva, diretor da Fetec-CUT/CN, disse que o seminário deu subsídio para entender a relação que o bancário tem com o banco no qual ele trabalha e dessa empresa com o Brasil.

“É preciso entender essas inter-relações, perceber a importância que o bancário tem e partir para a luta. Nossa categoria, a mais organizada do país, tem que enfrentar a pauta que está no Congresso contra a classe trabalhadora. Mais uma vez, pedimos aos bancários que entrem nessa luta para fazer do seu banco uma empresa melhor e um Brasil melhor", enfatizou Enilson  

Fernando Neiva, representante titular eleito pelos empregados para o Conselho de Administração da Caixa, enfatizou a importância do seminário no fortalecimento da categoria bancária. Além da ameaça de privatização dos bancos públicos, Neiva citou problemas relacionados às demissões no banco Itaú e à fusão do HSBC com o Bradesco. “Temos que buscar a união para enfrentar todos esses desafios, fortalecer nossas instituições e fazer com que este país continue a crescer.”

“O processo democrático está em jogo e nós, trabalhadores e bancários, não podemos vacilar com relação aos maus projetos, a exemplo desse que está em curso, que visa o retrocesso no nosso país”, declarou o presidente da Fenae, Jair Pedro Ferreira.

O seminário, segundo Jair, é mais uma demonstração de que a categoria está buscando uma forma de combater a perda de direitos dos trabalhadores. “A democracia é muito cara para a sociedade brasileira. Não podemos perder de vista este grande projeto conquistado.”

A parte mais técnica do seminário ficou por conta das apresentações de Carlos Vidotto, professor da Universidade Federal Fluminense e Felipe Miranda, da subseção do Dieese na Fenae, que trouxeram dados sobre a economia brasileira e as realizações da Caixa.

Rosane Alves
Do Seeb Brasília

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