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25 de Maio de 2016 às 11:23

Sem arrego, a ordem é apertar o cerco aos golpistas

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Foi de arrepiar. O Teatro Plínio Marcos da Fundação Nacional de Artes – Funarte, que comporta 600 pessoas, estava lotado na noite dessa segunda-feira (24/5), quando foi realizada a plenária distrital da Frente Brasil Popular. Com gritos de “Fora Temer”, “Golpistas, fascistas não passarão” e “Não vai ter golpe, já tem luta”, sindicalistas, integrantes de movimentos sociais, artistas, estudantes e todos os que trabalham em defesa da democracia se mostraram decididos a derrubar o governo interino golpista de Michel Temer. Para isso, a agenda de luta aprovada traz manifestações, acampamentos e várias atividades que serão desenvolvidas nos próximos dias.

Os trabalhadores da Cultura, que ocupam a Funarte há mais de uma semana, realizaram intervenções culturais que dinamizaram a atividade. Em tom de comédia, mas fieis à seriedade do tema, eles leram um manifesto que deslegitima o governo provisório de Temer e afirma que as reivindicações do grupo não serão atendidas enquanto o golpista não cair. “Não podemos deixá-lo respirar”, diz trecho do texto. O movimento da Cultura é amplo e soma 25 ministérios ocupados em todo o Brasil.

O secretário de Política Social da CUT Brasília, Yuri Soares, foi um explanadores da plenária distrital da Frente Brasil Popular e compartilhou com os presentes os encaminhamentos aprovados no Coletivo Nacional da FBP, realizado no último dia 21, em São Paulo.

“Fica claro que esse é um golpe contra os direitos da classe trabalhadora. Por isso, reafirmamos a unidade no ‘Fora Temer’, contra o golpe e em defesa dos direitos da maioria da população. Teremos uma série de atividades temáticas da saúde, da educação, da cultura, das mulheres, que estão se articulando para barrar o golpe. E isso culmina com duas datas essenciais: um ato em Brasília, no dia 1º de junho, que é o dia da entrega da defesa da presidenta Dilma; e a Jornada Nacional de Lutas contra o Golpe e pela Democracia, em todos os estados do dia 10 de junho, para barrar o golpe e defender a democracia e os nossos direitos”, afirma Yuri Soares.

Os atos populares de massa são a maior aposta de parlamentares para barrar o retrocesso. De acordo com o senador petista Lindbergh Farias (RJ), que participou da plenária distrital da FBP, com a pressão das ruas, ainda há chance de mudar o placar no Senado nesta segunda fase do impeachment contra Dilma. “Eu ainda acredito que a gente possa vencer esse processo, pois o governo de Michel Temer é um governo de crise. Cada semana é uma crise nova. O povo vai se levantar em mobilizações, a Cultura já se levantou, mas eu acho que os trabalhadores vão se levantar, pois há muita perda de direitos, e eu acho que daqui a alguns meses a gente pode reverter essa situação”, acredita.

O senador lembra que o último placar no Senado registrou 55 votos favoráveis ao golpe, apenas um além do necessário para que a presidenta seja impeachmada no julgamento final do processo (54 votos, que representam 2/3 da Casa). É preciso então a reversão de pelo menos dois votos para barrar o processo no Senado. Para ele, a dinâmica das ruas vai fazer com que senadores que votaram por pressão política, recobrem a consciência. “Há uns (senadores) que estão ali participando do golpe ativamente, mas outros não. Vou falar uma coisa que podem até discordar de mim: eu ainda tenho esperança no Cristovam e posso ter esperança no Reguffe, que estão sentindo que votaram errado. Cometeram um grande erro, pois eles sabem que não há crime de responsabilidade. Mas eu acho que se o povo começa a mudar, eu sinto que são senadores devem mudar”, analisa Lindbergh Farias, apostando na pressão popular sobre tais parlamentares.

Mais atividades da FBP

Além dos atos nos dias 1º e 10 de junho, quando serão realizados, respectivamente, o Ato Não ao Golpe, Fora Temer!, no Senado Federal, e a Jornada Nacional de Lutas contra o Golpe e pela Democracia (data pode sofrer alteração), a plenária distrital da Frente Brasil Popular também encaminhou as seguintes atividades:

24/5, às 17h – Ato em defesa do SUS, em frente ao Ministério da Saúde

25/5, às 10h – Reunião da CUT Brasília para organizar a agenda de ações das mulheres

26/5 a partir das 13h – Parada LGBT de Brasília, em Santa Maria

30/5, às 18h30 – Reunião do Comitê de Comunicação (local a ser definido)

8 e 9/6 – Jornada de lutas dos camponeses em defesa da democracia e contra os retrocessos como o fim do Ministério do Desenvolvimento Agrário, a reforma da Previdência e o desmonte do programa habitacional Minha Casa, Minha Vida.

Propostas a serem discutidas e detalhadas pela Frente:

Realização do Encontro Distrital de Comunicação da Frente Brasil Popular DF
Realização de vigília cultural, uma vez por mês, para mobilizar a juventude
Realização de atos nas embaixadas
Reuniões com militantes dos comitês da FBP-DF nas cidades para fechar plataforma para trabalho de base

Greve geral

O grito de “greve geral” também ecoou no Teatro Plínio Marcos nessa segunda-feira (24/5). A manifestação no sentido de preparar uma paralisação nacional foi motivada pela fala do senador Lindbergh Farias, que revelou a obscuridade do projeto Ponte para o Futuro, de Michel Temer. “É o maior programa de retirada dos direitos dos trabalhadores da história do país”, resumiu o parlamentar.

Entre as atrocidades do Ponte para o Futuro, apelidado de “pinguela”, está o fim da política de valorização do salário mínimo; o fim da vinculação do salário mínimo dos benefícios da Previdência – hoje, mais de 60% dos aposentados recebem um salário mínimo; privatização e terceirização de tudo que for possível; legalização do negociado sobre o legislado na relação trabalhista; e o fim do investimento mínimo para a Saúde e a Educação.

Além de extinguir ministérios essenciais ao progresso social, Temer também já atacou a Empresa Pública de Comunicação – EBC, a única nacional do Brasil. Ele passou por cima da lei e exonerou o diretor-presidente da EBC, Ricardo Melo, para colocar em seu lugar Laerte Rímoli, coordenador de comunicação da campanha derrotada de Aécio Neves em 2014 e investigado pelo TCU pelo desvios de R$ 10,6 milhões para a SMP&B Comunicação quando foi chefe da assessoria de Comunicação Social do antigo Ministério do Esporte e do Turismo durante o governo FHC.

A integrante do Fórum Nacional em Defesa da Democratização da Comunicação – FNDC e do Coletivo de Comunicação Intervozes, Bia Barbosa, repudiou a ação do interino golpista e afirmou que “já vivemos em um Estado de exceção”, ao citar que o áudio com as falas de Romero Jucá (PMDB), nomeado Ministro da Fazenda pelo interino golpista, que vinculam a aprovação do impeachment de Dilma à paralisação da Operação Lava Jato, não foram divulgadas pela EBC. “Ocupa a EBC”, responderam em coro os presentes na plenária distrital da FBP.

Fonte: CUT Brasília

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