
À custa do sangue, do suor e das lágrimas dos bancários e bancárias do Banco do Brasil, a instituição financeira lucrou R$ 10,03 bilhões no primeiro semestre de 2013. Extraordinário, o resultado é reflexo da política nefasta conduzida pela atual diretoria do lucro a qualquer preço. Apesar de a população brasileira (governo federal) ser o principal acionista do banco, a empresa adota práticas antissindicais e antidemocráticas: assedia, ameaça, descomissiona e demite trabalhadores. Parte dos 114 mil funcionários trabalha sob forte pressão e está insatisfeita com os gestores.
A situação no BB é tão grave que o Sindicato dos Bancários de Brasília e a Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) denunciaram a instituição financeira ao governo federal em 2012. “Alertamos o governo federal que as práticas antissindicais do BB estão criando um enorme passivo trabalhista. Em vez de negociar com os trabalhadores, a atual direção do BB prefere discutir na Justiça”, afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, bancário do BB e integrante do Comando Nacional dos Bancários.
Números De tão grande, o lucro do BB é o maior lucro líquido da história dos bancos no país.
O lucro do BB foi puxado pelo forte resultado do 2º trimestre, quando registrou lucro líquido de R$ 7,47 bilhões, cerca de duas vezes e meia acima do resultado positivo obtido um ano antes, impulsionado pela venda de ações de sua área de previdência, seguros e capitalização, BB Seguridade.
No primeiro trimestre, o banco teve lucro líquido de R$ 2,56 bilhões.
BB reduz número de bancários
O balanço mostra que em junho de 2013 o banco possuía 113.720 trabalhadores, o que corresponde a uma redução de 276 postos de trabalho em 12 meses, já que em junho de 2012 o banco tinha 113.996 trabalhadores.
Com o corte de empregos, o BB faz companhia ao Itaú, Santander e Bradesco, que também extinguiram postos de trabalho dos bancários no primeiro semestre, na contramão da economia brasileira, que gerou empregos no período.
O número de contratados é insuficiente para a atual demanda do banco, que não se preocupa em melhorar o atendimento para os clientes e usuários. Enquanto isso, milhares de concursados aguardam, angustiados, a convocação.
Rodrigo CoutoDo Seeb Brasília