

As cenas registradas nessa quinta-feira (28), Dia do Servidor Público, remeteram aos anos da ditadura no Brasil. Professores da rede pública de ensino e trabalhadores da educação do DF foram alvo da ira da Polícia Militar – comandada pelo governador Rodrigo Rollemberg – ao exercerem o direito de se manifestar contra os abusos e calotes que o dirigente máximo do Executivo local vem cometendo. A tentativa de repressão do movimento não deu certo. Outras categorias se somaram à manifestação e deixaram claro, paralisando a Rodoviária por duas horas, que o direito já garantido não será usurpado por políticas e políticos neoliberais. A resposta à truculência também está sendo dada na manhã desta quinta-feira (29), com ato dos professores na via EPTG, que saíram do centro de Taguatinga e seguem em marcha até a residência oficial do governador do DF, abrindo o Dia de Luta d@s Trabalhador@s do DF contra calotes, demissões, retirada de direitos, aumento de tarifas e impostos e sucateamento do serviço público.
O ato da quarta-feira (28) foi realizado simultaneamente nos Eixos Norte e Sul, no final da tarde. Para conter os manifestantes, que nas mãos tinham apenas bandeiras e faixas contra o calote e o retrocesso institucionalizado por Rollemberg, os policiais miraram nos professores armas de alto calibre. Manifestantes foram jogados no chão, imobilizados pelo pescoço e agredidos física e verbalmente por uma polícia que, pelo menos naquele momento e a mando do governador, representou qualquer papel, menos o de protetor da sociedade.
A vice-presidenta da CUT e dirigente do Sinpro-DF (Sindicato dos Professores), Meg Guimarães, foi uma das vítimas a violência policial. Algemada e com o nariz sangrando, ela foi conduzida à 1ª Delegacia de Polícia, junto com o professor Gabriel Magno, que também compõe a direção do Sindicato. Outros dois professores e três dirigentes do Sindicato dos Rodoviários foram presos por se somarem à manifestação.
Indignados com a prisão dos professores e rodoviários, os manifestantes que realizavam ato nos Eixos Norte e Sul foram para a Rodoviária do Plano Piloto denunciar à sociedade o caos que vem sendo implementado por Rollemberg no DF. Em solidariedade à luta dos professores, os trabalhadores rodoviários se recusaram a sair com os carros, paralisação de durou cerca de duas horas. A circulação dos ônibus só foi normalizada com o anúncio da liberação dos manifestantes.
“Vamos estar sempre em defesa dos professores, em defesa de uma educação pública de qualidade, em defesa da sociedade”, promete o dirigente da CUT Brasília e do Sindicato dos Rodoviários, Marcos Junio Nozinho. “A gente não tem arma, não tem spray de pimenta, não tem algemas nem cassetetes. Mas temos dignidade e coragem suficiente para mantermos a luta contra esse governo ditador e caloteiro do DF”, completa o presidente da CUT Brasília, Rodrigo Britto.
Ao saírem da 1ª DP, os manifestantes presos foram recepcionados por centenas de trabalhadores que gritavam “força, ação, abaixo a repressão”. Somente assim, com a liberação dos dirigentes presos, os ônibus voltaram a circular à noite.
Cara de pau na TV e corte de ponto
Horas antes do ataque violento da PM contra os professores, o governador do DF, Rodrigo Rollemberg, foi à TV parabenizar os servidores públicos que estão furando a greve. “Quero dar os parabéns a todos os servidores públicos, de forma muito especial aos professores que estão dando aula, aos médicos que estão clinicando, fazendo cirurgia. A todos os servidores públicos que prestam serviço público e melhoram a qualidade de vida da população”, discursou o governador.
Na manhã desta quinta-feira (29) o GDF publicou decreto que autoriza o corte de ponto de servidores das categorias que tiveram a greve decretada ilegal pela Justiça, entre elas a greve da Educação e da Saúde. O decreto pode ser invalidado, caso a Justiça reveja sua avaliação e considere a greve do funcionalismo legal. Os sindicatos já recorreram da decisão do corte de ponto, uma medida antissindical, contra o direito de greve dos trabalhadores, demonstrando a falácia e a hipocrisia do discurso do governador.
As manifestações contra o calote de Rollemberg ao funcionalismo, contra a demissão em massa de terceirizados, contra a omissão junto aos trabalhadores sem terra, contra o aumento de tarifas públicas e impostos continuam ao longo desta quinta-feira (29). O dia será encerrado com ato na Rodoviária do Plano Piloto. A concentração para a atividade será na Praça Zumbi dos Palmares (Conic), às 16h.
Fonte: CUT Brasília
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