Banco do Brasil

11 de Agosto de 2010 às 10:33

RJ: funcionário é descomissionado pelo BB, sofre infarto e morre

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Aumento da pressão e do assédio moral em função das metas eleva número de trabalhadores vítimas de doenças ocupacionais e pode ter causado a morte de bancário


Imaginem um trabalhador que sofre, cada vez mais, pressão psicológica e assédio moral para cumprir metas de venda e de produtividade da empresa. E caso não cumpra essas metas, o funcionário corre o risco de perder até 90% de sua remuneração mensal. Este quadro de verdadeiro terror é uma
realidade vivida pelos bancários do Banco do Brasil e pode ter sido responsável pela morte de Luís Carlos Lyra, segundo gestor da agência da Rua da Assembléia. Com 30 anos de serviços prestados à empresa, considerado um funcionário exemplar e dedicado e prestes a se aposentar, Lyra foi descomissionado por uma decisão unilateral do banco, sem qualquer negociação com o Sindicato. Após sofrer constante pressão do banco e ficar desesperado por ver sua remuneração despencar, chegando a ganhar apenas 10% do que recebia, o bancário não suportou. Sofreu um infarto fulminante e foi internado às pressas na segunda-feira, dia 2. Um dia depois, não suportou e veio a falecer.

"A lógica brutal da direção do banco de impor metas crescentes está transformando o ambiente de trabalho na empresa em um verdadeiro inferno. O funcionário do BB hoje não tem a tranqüilidade e a motivação para exercer sua profissão com dignidade. Precisamos dar um basta nesta situação", disse o diretor do Sindicato Murilo da Silva.

O banco ameaça de demissão os bancários em estágio probatório e com descomissionamento os gerentes e gestores que não cumprem metas.

Prática é comum
O drama de Lyra não foi um caso isolado. O Sindicato tem recebido inúmeras denúncias sobre aumento da pressão e da prática de assédio moral como forma de cobrança de metas. Na semana passada, um outro gestor, da agência Praça Seca, em Jacarepaguá, foi hospitalizado em função do forte estresse causado pela decisão do banco de descomissioná -lo.

"Na Conferência Nacional debatemos a importância de priorizarmos a luta contra o assédio moral e a pressão imposta pelo BB. Os funcionários dos bancos públicos se vêem cada vez mais pressionados, em função da maior dependência da remuneração total com a PLR e as comissões, verbas diretamente relacionadas à política de metas do banco. O aumento da pressão psicológica resulta em um número maior de vítimas das doenças do trabalho. Não podemos nos calar. Vamos dar uma resposta à altura das atrocidades cometidas pelo banco contra os trabalhadores" , afirma o diretor do Sindicato Carlos Souza, membro da Comissão de Empresa dos Funcionários.

Protesto: funcionários se vestiram de preto
Transtornados com a morte de Luis Carlos Lyra, os funcionários paralisaram na sexta-feira (6) a agência da Rua da Assembléia. A manifestação foi contra a política desumana imposta pela direção do banco e em memória do companheiro morto.

Fonte: Seeb Rio

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