Na terceira reunião do Grupo de Trabalho sobre caixa-minuto, na quarta-feira (7), em Brasília, a Contraf/CUT reforçou mais uma vez a cobrança pelo fim da designação por minuto para os empregados que exercem a função de caixa. Também reafirmou a impossibilidade das entidades representativas homologarem contrato de trabalho sobre demanda nos caixas, cujo propósito é a descaracterização da Caixa 100% pública.
Em resposta, os representantes do banco insistiram na tese da pertinência da mudança, vista como necessária para “viabilizar” a eficiência da empresa na disputa de mercado. Porém, esses argumentos foram contestados pela Contraf/CUT, que ressaltou o papel social da Caixa, “o que torna a empresa realmente lucrativa, proporcionando resultado positivo”.
Diretor do Sindicato e integrante do GP, Antonio Abdan disse que os representantes dos trabalhadores também destacaram que a função de caixa, exercida atualmente por 12.858 empregados em todo o país, é diferenciada de qualquer outro banco, em função das especificidades das operações levadas adiante pela Caixa. Como exemplo, foi citado o atendimento de FGTS, seguro-desemprego, crédito imobiliário e operações relativas a políticas públicas.
Além de desqualificar a função, a existência de caixas-minuto é uma medida que se traduz em desmonte das agências físicas e prevalência de unidades digitais, priorizando o mercado em lugar dos interesses dos cidadãos.
Os representantes dos empregados criticaram que o caixa-minuto faz parte de um projeto privatista que precariza as relações de trabalho e o atendimento à população. E enfatizaram que, com a extinção da função de caixa, a empresa quer aumentar as atribuições do empregado, tornando-o múltiplo, o que acarreta em retirada de direitos conquistados com base em muita luta.
Nova reunião foi marcada para o dia 19 deste mês, em Brasília. A Caixa ficou de apresentar para o GT sobre Caixa-Minuto uma proposta, que depois será encaminhada para apreciação da mesa permanente de negociações.
Projeto-piloto
Durante a reunião, foi cobrado ainda da Caixa esclarecimentos a respeito do projeto-piloto Rede de Operações, implantado inicialmente no DF e depois executado em cinco agências em Jundiaí (SP), com previsão de expansão para outras seis no município paulista.
Os representantes dos empregados questionaram o formato adotado pela Caixa nas experiências dos projetos-pilotos. A suspeita é de que essas mudanças, feitas mais uma vez de forma unilateral, implicam em prejuízos pessoais e profissionais aos trabalhadores, com o objetivo de reduzir custos, extinguir funções, diminuir postos de trabalho e focar nos negócios.
Da Redação
com Fenae
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