Com auditório lotado, foi relançada nesta quarta-feira 20 a Frente Parlamentar Mista em Defesa da Previdência Social, que reúne dezenas de representantes da Câmara e do Senado.
Representantes das principais centrais sindicais, entidades da sociedade civil e parlamentares de diversos partidos contrários ao fim da aposentadoria, presentes no evento, mandaram um recado ao governo Bolsonaro: “A nefasta proposta da reforma da Previdência não passará”.
Trinta senadores e noventa deputados assinaram o texto até agora, além de mais de 100 entidades de classes. Esse número deve aumentar nas próximas horas, já que os interessados podem formalizar o apoio ao longo do dia.
A atividade de lançamento reforçou os pontos cruéis da reforma da Previdência de Bolsonaro, já alertados pela CUT. Entre eles, o aumento da idade mínima e do tempo de contribuição, que inviabilizam a aposentadoria; o aumento da pobreza e da desigualdade social; o desamparo de idosos pobres, de pessoas com deficiência; o fim da sustentação financeira dos municípios. Tudo isso para beneficiar o sistema financeiro.
"A Frente Parlamentar congrega parlamentares de diversos partidos e por isso tem um papel democrático e essencial para combater propostas nefastas e prejudiciais ao povo brasileiro. Em 2016 e 2017 essa iniciativa barrou a proposta do governo Temer e novamente manterá uma trincheira importante dos trabalhadores para combater a ganância de Paulo Guedes", avisa o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo.
A deputada federal Erika Kokay (PT), única parlamentar do DF a se manifestar contrária à reforma, foi categórica durante discurso “Sabe o que significa esse auditório lotado? Que nós já começamos a derrotar a proposta que quer acabar com o nosso direito à aposentadoria”, ressaltou Erika.
Coordenam a iniciativa o senador Paulo Paim (PT) e o deputado André Figueiredo (PDT). O grupo deve apresentar uma proposta alternativa. “A Previdência não é do sistema financeiro, é do povo brasileiro”, disse Paim, que alertou que as mudanças propostas por Bolsonaro na reforma da Previdência “não atacam privilégio, atacam o direito mais sagrado, que é do povo brasileiro se aposentar”.
Para aprovar a PEC da Previdência de Bolsonaro, são necessários 309 votos na Câmara e 49 no Senado. Até agora, somente o PSL está fechado pela aprovação da reforma.
A organização já havia sido lançada em 2016, quando a PEC foi apresentada pelo governo Temer. Nessa nova roupagem, os parlamentares criticam principalmente o regime de capitalização e as diferenças entre a proposta dos militares e do regime geral. “Esse governo tem que entender que a Previdência brasileira não é do sistema financeiro. Sistema de repartição é cláusula pétrea”, diz Paim.
Da Redação com informações da CUT Brasília
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