A indefinida e quase eterna reestruturação do BRB representa o retrato da gestão de Paulo Evangelista: indefinida, sem rosto e desarranjada. Após mais desacertos ocorridos desde janeiro, persiste no banco situações inusitadas como gerências desestruturadas, áreas sem definição clara das atribuições, afora ameaças de descomissionamento em função desta reestruturação.
O mais grave disso tudo, refere-se à facilidade que esta gestão tem de fazer e logo em seguida desfazer algo, como se o banco fosse um eterno laboratório em que se testa até se conseguir um modelo que funcione. Exemplo claro disso foi o fato de que, em julho último, entrou em vigor nova estrutura da direção, com presidência, quatro vices-presidências, e dez diretorias, aliás modelo apontado pelo Sindicato como absurdo e extremamente pesado para o tamanho do BRB, o que não encontra similar em nenhuma empresa de porte parecido com o do banco.
Tal mudança, que previa a internalização da financeira (CFI) e da DTVM e ainda apontava redução de R$ 2,3 milhões nos gastos de pessoal, de acordo com fato relevante publicado em junho de 2013, nunca chegou a ser concluída, pois a DTVM não foi internalizada, a financeira (CFI), embora com uma diretoria menor, permanece, e a tão decantada redução de gastos nunca foi provada, apesar dos diversos desafios do Sindicato ao banco quanto a isso.
Agora, em fevereiro último, o banco publica novo fato relevante alterando aquela estrutura, diminuindo o número de vices presidências para três, isto após apenas sete meses de ‘experiência’, com a conclusão de que uma quarta vice presidência é desnecessária. E olha que o banco ainda tem uma vaga de diretor não preenchida, e cuja falta ninguém até agora sentiu.
Mas, o mais emblemático do retrato destes desarranjos, marca desta gestão, é que a formatação daquela estrutura custou ao banco algo em torno de R$ 4 milhões de reais de consultoria à empresa Accenture, cujo trabalho já foi absolutamente descaracterizado, confirmando o que o Sindicato afirmara de que, além do absurdo da estrutura, o contrato da consultoria era absolutamente desnecessário.
Desta forma, o Sindicato agrega mais uma preocupação e uma pergunta: e o valor gasto com a Accenture, cujo trabalho foi praticamente em vão? Quem vai se responsabilizar por ele? Nesta hora é que a Secretaria de Transparência, o Ministério Público e o TCDF deveriam agir, afinal foram R$4 milhões para quê? O presidente, que gosta tanto de estar na mídia, segundo corre à boca pequena no banco, deveria vir a público para esclarecer isto.
Da Redação