O programa ‘Retorne Bem’ foi o tema central do Fórum de Saúde do Santander, realizado nesta quinta-feira (26), em São Paulo. O fórum, previsto no aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), reúne dirigentes sindicais, cipeiros eleitos e o banco.
Implantado de forma unilateral pelo banco, o programa desrespeita a cláusula 44 da CCT da categoria, que prevê a participação do movimento sindical. Nesse sentido, os sindicatos voltaram a cobrar que o Santander apresente o programa por escrito, para que os trabalhadores possam conhecer, discutir e verificar como se dará a efetiva participação da categoria.
“O Santander ainda não respondeu à maioria das reivindicações entregues em março de 2015, principalmente no que se refere à garantia de participação dos trabalhadores na estruturação do programa dirigido aos funcionários que voltam a trabalhar depois de licença médica”, afirmou a secretária de Administração do Sindicato, Rosane Alaby.
No fórum, foram relatados diversos problemas referentes ao retorno dos bancários que voltam da licença médica. A principal dificuldade diz respeito à falta de autonomia e imparcialidade dos médicos contratados pelo banco durante os exames de retorno ao trabalho, periódico ou demissional.
Como exemplo, foi citado um caso ocorrido recentemente na Bahia, em que o banco convocou um médico de São Paulo apenas para considerar aptos bancários com problemas de saúde relacionados ao trabalho.
Quanto retornam ao trabalho, além do medo de demissão, os bancários também sofrem com a falta de apoio dos gestores, impossibilidade de transferência ou mudança de função quando necessário, cobrança de metas, avaliação de desempenho sem levar em conta o afastamento e seu estado de saúde, isolamento, ficam sem função e/ou acesso ao sistema do banco, além do medo de demissão.
OIT – Os dirigentes sindicais lembraram aos representantes do banco espanhol que o Brasil é signatário da Convenção 161 da Organização Internacional do Trabalho (OIT). A norma determina que os serviços médicos do trabalho devem ser construídos com a participação e cooperação dos trabalhadores e seus representantes e que os médicos que atuam na empresa devem ter autonomia e imparcialidade.
Os representantes do Santander alegaram que questões relacionadas à Convenção 161 devem ser discutidas na mesa da Fenaban. Os dirigentes sindicais discordam. Querem discutir uma forma de os trabalhadores avaliarem os serviços médicos prestados pelos profissionais do banco.
Nova reunião – Os sindicatos e o Santander se reunirão novamente no primeiro trimestre de 2016 para retomar as negociações acerca de todos esses temas.
Da Redação com informações da Contraf-CUT
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