Caixa Economica Federal

11 de Abril de 2017 às 17:25

Privatização: o desmonte da Caixa fica cada vez mais flagrante

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O governo ilegítimo insiste no desmonte da Caixa. Essa intenção fica cada vez mais evidente com as medidas que o banco vem anunciando. No final de março, o presidente da instituição, Gilberto Occhi, declarou que serão fechadas cerca de 120 agências deficitárias, incluindo fusão, diminuição de estrutura ou remanejamento para outro local. Ignorando o lucro de R$ 4,1 bilhões em 2016, ele argumentou que a prioridade é melhorar os resultados da empresa, que tiveram queda de 43% em relação ao ano anterior.

O processo deverá ser iniciado ao fim do Programa de Demissão Voluntária Extraordinário (PDVE), previsto para o fim deste mês, e que até agora teve por volta de 5 mil adesões em todo o país. Embora este número esteja abaixo da expectativa do banco – de 10 mil funcionários -, o déficit de pessoal que há hoje nas agências será acentuado se não houver reposição, como aconteceu nos últimos planos de apoio à aposentadoria lançados pela empresa.

Descaso

A falta de transparência e de diálogo tem sido a marca da atual direção do banco, que ignora as relações institucionais com as entidades representativas dos trabalhadores e os próprios empregados. Os ataques surgem de todos os lados e colocam sob risco a Caixa enquanto empresa 100% pública, e enfraquecem seu papel social, beneficiando os bancos privados.

Para o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, o que a direção da Caixa está fazendo nada mais é do que pavimentar o caminho para a privatização de um dos mais importantes instrumentos de execução de políticas sociais de que a sociedade brasileira dispõe. “A equação já é conhecida e vem dos anos 1990: primeiro enxuga-se a quantidade de trabalhadores, depois a empresa é sucateada e em seguida é privatizada”, explica Araújo.

O secretário de Comunicação do Sindicato e empregado da Caixa, Antonio Abdan, ressalta que a Caixa continua sendo uma das instituições mais visadas do país pelo atual governo, por conta de seu papel social. Ele cita como exemplo o pagamento das contas inativas do FGTS. “Infelizmente, não há empregados suficientes para fazer esse trabalho, o que acaba gerando filas enormes e demora no atendimento. O cliente fica estressado e, às vezes, desconta no próprio empregado que está ali se desdobrando para atendê-lo”, avalia.

Fabiana Uehara, diretora do Sindicato e da Contraf, também observa que a política de RH da Caixa tem deixado a desejar. “O pagamento da segunda parcela da PLR causou descontentamentos. Além de ter deixado para creditar na data limite, o valor foi uma merreca, por conta de um erro grotesco no cálculo das parcelas. Isso deixou o moral dos empregados lá embaixo. E agora exigem que eles trabalhem aos sábados para pagar o FGTS das contas inativas”, critica a dirigente sindical, que também é empregada da Caixa.

Lotex e cartões

Com a justificativa de obter uma maior sustentabilidade, a Caixa diz que tem como prioridades para este ano vender a Lotex (loteria instantânea), a seguridade, a Habitar e os cartões.

“Apesar de afirmar que a venda dos ativos da Caixa está descartada, sabemos que o que move essa ideia é muito mais a falta de um cenário econômico positivo do que a real intenção dos dirigentes do banco, ou seja, se o mercado favorecer, a Caixa venderá a Lotex e a seguridade. Inclusive, o BNDES e outras empresas de consultoria já foram contratados para fazer esse processo da privatização”, observa Abdan.

No caso dos cartões, a Caixa está fazendo um estudo para abrir uma empresa, em parceria com a iniciativa privada.  Apesar de já ser parceira da Elo, quer uma coisa maior, que atue em outras áreas e consolide outras atividades como adquirência.

Habitar

Foi criada uma empresa de habitação, a Habitar, com um parceiro privado e a Funcef, fundo de pensão dos funcionários da Caixa. A empresa cuidará dos processos de contratação e controle do crédito imobiliário. Ela está em fase pré-operacional e deve entrar em funcionamento este ano.

“Está escancarado que os que pretendem privatizar a Caixa querem fazê-lo aos poucos. Por isso, a empresa está sendo fatiada, o que facilita a sua venda, tal qual aconteceu com a Caixa Seguros”, afirma Helenilda Cândido, secretária de Mulheres do Sindicato, também empregada da Caixa.

Mariluce Fernandes
Do Seeb Brasília

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