Bradesco age com truculência para impedir direito de greve dos bancários
Os moradores e trabalhadores do centro de Taguatinga participaram na sexta-feira (8) de atividade promovida pelo Sindicato em frente à agência do Bradesco durante a qual foi servido um almoço-protesto contra a exploração e a truculência do banco. A atividade demonstrou o descontentamento generalizado da categoria com a falta de proposta dos bancos que contemple as reivindicações dos bancários e marcou o décimo dia da greve nacional. Durante a mobilização, os dirigentes sindicais lembraram aos clientes sobre as enormes filas, juros e taxas exorbitantes cobradas pelo Bradesco e pelos outros bancos.
O ato também contou com a paralisação da agência até as 13h. “A população comeu conosco o arroz carreteiro e se informou sobre os juros e taxas exorbitantes praticadas pelo banco. Os clientes e usuários têm que saber que aquele ‘Bradesco Presença’ das propagandas é mentira. A verdade é que os banqueiros abusam da população e agem com truculência com os bancários no seu legítimo exercício de greve, recorrendo inclusive à força policial”, frisa Garcia Rocha, diretor do Sindicato.
A manifestação teve transmissão ao vivo de uma rádio da cidade falando das reivindicações dos bancários e convidando a população para participar do almoço.
Além do Bradesco ter um histórico negativo de violência contra os bancários que participam das greves, levantamento do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) revela o quanto a instituição financeira explora clientes e usuários. Os dados mostram, por exemplo, que o banco arrecadou mais de R$ 11 milhões em 2009 apenas com a receita de prestação de serviços cobrados da clientela. Isso significa que somente com a cobrança desse serviço o banco já consegue pagar o salário de todos os seus funcionários e ainda sobra dinheiro.
Bancários do Itaú Unibanco dão exemplo de disposição
Mesmo com toda a pressão do Itaú Unibanco para tentar minar a greve dos bancários, os trabalhadores de Brasília vêm dando exemplo de disposição e adesão ao movimento. Um retrato da grande participação dos bancários da instituição financeira é que na sexta-feira (8), décimo dia da greve, mais de 90% das agências do Distrito Federal ficaram fechadas.
A impressionante participação dos bancários do Itaú na greve é uma resposta às práticas antissindicais adotadas pela instituição. Sem falar na indignação dos funcionários com o mandado de prisão contra o presidente do Sindicato, Rodrigo Britto, concedido pela Justiça a pedido do Itaú. “Agradeço as inúmeras mensagens de solidariedade que tenho recebido dos bancários do Itaú por conta deste absurdo pedido de prisão. Vamos manter a pressão da greve até que a Fenaban melhore a proposta. Avante à vitória”, diz Rodrigo Britto.
Greve entra no 13º dia
Os bancários entram nesta segunda-feira no 13º dia da greve nacional. Em Brasília, a mobilização permanece intensa, e os números da sexta-feira passada apontavam a paralisação de cerca de 80% das agências e postos de atendimento. Nos prédios administrativos do BB e da Caixa a adesão também é muito forte.
“A disposição dos bancários fez e faz a diferença. A maior prova é que a Fenaban chamou o Comando para negociar e apresentou nova proposta. A orientação é que a greve tem que ser mantida forte como está para que essa proposta, que consideramos insuficiente, avance. Todos devem se manter mobilizados”, ressalta Rodrigo Britto, presidente do Sindicato.
Rodrigo Couto, Thaís Rohrer e André Shalders
Do Seeb Brasília
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