Vídeo da reunião ministerial escancara um governo despreparado, incompetente e ardiloso

0

“O Banco do Brasil não é tatu nem cobra… O Banco do Brasil é um caso pronto de privatização. É um caso pronto e a gente não tá dando esse passo… a gente não consegue fazer nada e tem um liberal lá. Então tem que vender essa porra logo”. Paulo Guedes, ministro da Economia.

“Desculpa o meu ponto, presidente… Que porra é essa? O cara vai pro camburão com a filha. Se fosse eu, ia pegar minhas quinze armas e … eu ia matar ou morrer” (sobre rigor nas medidas de isolamento social). “As pessoas estão tranquilas em home office… uma frescurada” (sobre a realidade dos empregados da Caixa).“O cara que tá quebrado, já estava quebrado antes e quer a nossa molezinha” (sobre empresas em dificuldade). Pedro Guimarães, presidente da Caixa

O festival de impropérios e palavrões de Jair Bolsonaro na reunião ministerial de 22 de abril soou como senha para que seus auxiliares também manifestassem a destemperança e o ardil que, igualmente, os desnudam, quando fora do alcance dos olhos e ouvidos do público. Os extratos das falas do ministro da Economia, Paulo Guedes, e do presidente da Caixa, Pedro Guimarães, acima arrolados, são apenas alguns dos absurdos pronunciados durante o encontro.

Guedes e Guimarães disputaram em obtusidade e sabujice com tipos como Ricardo Salles, ministro do Meio Ambiente, Abraham Weintraub, ministro da Educação e Damares Alves, ministra da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos, trazendo à luz todo o despreparo, a incompetência e o diversionismo do atual governo, em plena pandemia, com o país em profunda crise sanitária e econômica.

O ministro da Educação manifestou seu desejo de levar para a cadeia membros da Suprema Corte do país, vistos por ele como “vagabundos”. A titular da pasta que inclui Direitos Humanos defendeu a prisão de governadores que ora adotam medidas de isolamento social recomendas e aplicadas em todo o mundo. O ministro do Meio Ambiente recomendou aproveitar que as atenções da sociedade e da imprensa estão voltadas para pandemia e fazer “passar a boiada” no Congresso, em alusão à desregulamentação da proteção ambiental.

Sobre pandemia, defesa da vida, garantia de sustento aos que perderam suas fontes de renda, proteção às empresas e geração de emprego pouco se disse. E em praticamente nada resultou. “O que constatamos no vídeo da reunião ministerial é a ausência de governo e a multiplicidade de conflitos entre poderes da República, sem nenhum nexo com o drama vivido pela sociedade. Sobra para o povo e suas organizações sociais, para os trabalhadores e seus sindicatos, a responsabilidade de propor e cobrar a execução de medidas de enfrentamento à crise sanitária e econômica. E, para nós bancários, esse desafio inclui entre as prioridades defender o Banco do Brasil, a Caixa e demais bancos públicos como patrimônio do povo brasileiro e como instrumentos indispensáveis à superação do drama que estamos enfrentando”, pontua o presidente do Sindicato, Kleytton Morais.

Evando Peixoto
Colaboração para o Seeb Brasília