Trabalhadores dos Correios aceitam proposta do TST e encerram greve

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Em assembleia realizada nesta sexta-feira (6/10), os trabalhadores dos Correios do DF aprovaram por unanimidade a proposta do Tribunal Superior do Trabalho (TST), dando fim à greve que durou 17 dias. Os trabalhos voltarão ao normal na segunda-feira (9/10).

O processo de mobilização da categoria garantiu 2,07% a mais nos salários (índice do INPC), retroativo ao mês de agosto, além da manutenção de todas as cláusulas da ACT, o ponto mais importante da negociação. Isso porque, desde o início, o intuito dos Correios era de retirar direitos dos trabalhadores.

Para a presidenta do Sintect-DF – sindicato da categoria –, Amanda Corcino, a sensação é “de dever cumprido”. “O movimento grevista foi extremamente importante para pressionar por um acordo minimamente justo. Eles só apresentaram essa proposta por que os trabalhadores se mantiveram firmes na luta pelos direitos.”

Para o secretário geral da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos e Similares (Fentect), José Rivaldo da Silva, o trabalho não acaba, pois ainda há muitas ameaças para o setor. “Voltaremos ao trabalho com a sensação, sim, de dever cumprido, mas não podemos esquecer que a empresa está na mira do governo golpista para privatização e passa por uma reestruturação que, entre outros pontos, inclui a diminuição do quadro de funcionários. Por isso, nossa mobilização continuará”, declarou.

A campanha salarial dos trabalhadores dos Correios teve início com uma série de adversidades. Foram mais de 40 dias para conseguir iniciar as negociações e, quando isso aconteceu, a empresa apresentou um pacote de maldades. “A proposta da empresa reduzia a quantidade de tíquetes, acabava com o vale peru, com o vale cultura e o fim dos 70% nas férias, o que geraria enormes prejuízos”, explicou a presidenta do Sintect-DF.

Também foram feitos ataques às cláusulas sociais, como a retirada da possibilidade dos pais e mães acompanharem os filhos ao médico, além da exclusão da cláusula paritária de acidente de trânsito, entre outros.

Pela proposta, o plano continua sob a mediação do TST. “O plano de saúde já está sob mediação. Vale ressaltar que não é dissídio. É uma tentativa do Tribunal de conciliar o conflito entre as partes. Não saindo acordo, a mediação é encerrada, não cabendo julgamento”, explica Amanda Corcino.

A compensação dos dias parados será feita da seguinte forma: compensação de 64 horas, sendo 6 horas aos sábados para quem trabalha de segunda-feira à sexta-feira. Para aqueles que trabalham aos sábados, 4 horas de segunda-feira à sexta-feira e 2 horas aos sábados.

Além do DF, trabalhadores dos Correios em outros 27 estados aprovaram o fim do movimento paredista.

Fonte: CUT Brasília