Trabalhadores cobram retomada das negociações com Santander em audiência pública

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O Santander ainda não marcou nova data para retomada das negociações nem justificou o alto índice de demissões ou a falta de reajuste para os aposentados na audiência pública realizada nesta quinta (5), na Câmara dos Deputados. “Os bancos privados têm lucros astronômicos mesmo com a crise e ainda demitem milhares de empregados”, ressalta Rodrigo Britto, presidente do Sindicato. “Os dados atualizados mostram que são 15 mil bancários demitidos nos bancos privados. As incorporações e fusões causaram boa parte desse desemprego e rebaixaram salários em até 46% para novos contratados”, frisa Carlos Cordeiro, presidente da Contaf-CUT.

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Essas questões foram discutidas na audiência pública entre o representante do banco espanhol e as entidades sindicais. “Exigimos a retomada das negociações específicas do Aditivo à Convenção Coletiva de Trabalho 2009/2010 e do Programa de Participação nos Resultados (PPR) referente ao exercício de 2009”, afirma Rosane Alaby, diretora do Sindicato. “A Comissão faz um apelo para que as negociações sejam retomadas e o aditivo seja assinado o mais rápido possível”, completa a deputada federal Emilia Fernandes (PT-RS), presidenta da Comissão de Legislação Participativa.

Os trabalhadores mostraram que os processos de incorporação e fusões geram desemprego. Por isso, defendem a aprovação da lei que garanta a manutenção do emprego dos funcionários durante esses processos, uma estabilidade com período definido.

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O superintendente de relações sindicais do banco Santander, Jerônimo Anjos, não se posicionou quanto ao reajuste das complementações de aposentadoria e pensões. “Queremos que as negociações ocorram de forma séria e transparente. Já são oito anos nessa luta. São mais de 15 mil aposentados e pensionistas esperando a resolução da questão”, conta Herbert Moniz, coordenador-geral da Comissão Nacional dos Aposentados do Banespa, banco incorporado ao Santander.    

A Comissão de Legislação Participativa deve marcar uma nova audiência pública para daqui a 60 dias para discutir e ver os avanços nas negociações entre as partes. . “Fiz questão de escrever uma carta para o presidente do Santander, Fábio Barbosa, pedindo mais valorização dos bancários. Eu apoio a luta da categoria e espero que apareçam os avanços”, comenta o senador Eduardo Suplicy (PT/SP), que compareceu na audiência.