Todos à assembleia nesta quinta (12) para aprovar indicativo de greve

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Contra intransigência dos bancos, bancários devem aprovar paralisação a partir do dia 19  

Os bancários e bancárias de Brasília fazem nesta quinta-feira (12), às 19h, na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul (SBS), assembleia geral para rejeitar a proposta apresentada pela Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) de reajuste de 6,1%, que apenas repõe a inflação do período, e aprovar indicativo de greve por tempo indeterminado a partir da quinta-feira 19.

Na negociação realizada na quinta (5), em São Paulo, a Fenaban apresentou proposta de 6,1% sobre todas as verbas (piso, salários, vales refeição, alimentação, auxílio-creche e a parte fixa da PLR e do adicional).

Indagados pelos representantes dos bancários se essa era a última proposta, os negociadores da Fenaban responderam que “é a proposta final, pra fechar acordo”, e que não há mais como avançar porque a categoria bancária já tem a melhor Convenção Coletiva do país.

O Comando Nacional rejeitou a proposta já na mesa de negociação e aprovou um calendário de luta que aponta para a realização de assembleias nesta quinta (12), em todo país para aprovar greve a partir do dia 19, se até lá os bancos não apresentarem uma nova proposta que contemple as expectativas da categoria.

“Diante da postura dos banqueiros, que não demonstraram compromisso com os trabalhadores, devemos aprovar a greve por tempo indeterminado”, afirmou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo. “Para reforçar nosso movimento, que está crescente, todos devem comparecer à assembleia desta quinta para rejeitar a proposta da Fenaban e indicar a data de início da greve”, acrescentou. 

Foram meses de negociações nas mesas temáticas (saúde e segurança, por exemplo) e mais de 30 dias discutindo a minuta com a Fenaban, sem avanços. Entre as principais reivindicações, os bancários querem valorização dos pisos, aumento real, mais empregos, fim das demissões imotivadas, do assédio moral e das metas abusivas.

Calendário de luta

O Comando Nacional, reunido ao final da reunião com a Fenaban, aprovou o seguinte calendário de luta:

12 de setembro – Assembleias em todo o país para rejeitar a proposta e decretar greve por tempo indeterminado a partir do dia 19.
17 – Todos a Brasília para pressionar os deputados federais durante a audiência pública sobre o PL 4330 no plenário da Câmara.
18 – Assembleia organizativa para encaminhar a greve.
19 – Deflagração da greve nacional dos bancários por tempo indeterminado.

A proposta da Fenaban

Reajuste – 6,1% (previsão da inflação pelo INPC) sobre salários, pisos e todas as verbas salariais (auxílio-refeição, cesta-alimentação, auxílio-creche/babá etc.)

PLR – 90% do salário mais valor fixo de R$ 1.633,94, limitado a R$ 8.927,61 (o que significa reajuste de 6,1% sobre os valores da PLR do ano passado).

Parcela adicional da PLR – 2% do lucro líquido dividido linearmente a todos os bancários, limitado a R$ 3.267,88.

Adiantamento emergencial – Não devolução do adiantamento emergencial de salário para os afastados que recebem alta do INSS e são considerados inaptos pelo medico do trabalho em caso de recurso administrativo não aceito pelo INSS

Prevenção de conflitos no ambiente de trabalho – Redução do prazo de 60 para 45 dias para resposta dos bancos às denúncias encaminhadas pelos sindicatos, além de reunião específica com a Fenaban para discutir aprimoramento do programa.

Adoecimento de bancários – Constituição de grupo de trabalho, com nível político e técnico, para analisar as causas dos afastamentos.

Inovações tecnológicas – Realização, em data a ser definida, de um Seminário sobre Tendências da Tecnologia no Cenário Bancário Mundial.

Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília