Todos à assembleia na quarta (12) para rejeitar a proposta e exigir respeito

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Contra os truques dos banqueiros, trabalhadores devem  deliberar por paralisação a partir do dia 18

 

Para dar um basta de uma vez por todas nos truques dos banqueiros, que insistem em iludir os bancários com uma proposta de 6% de reajuste, o Sindicato convoca toda a categoria para assembleia nesta quarta-feira (12), às 18h, na Praça do Cebolão, no Setor Bancário Sul (em frente ao edifício Sede I do Banco do Brasil), para rejeitar a proposta da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) e aprovar indicativo de greve por tempo indeterminado a partir do dia 18, caso até lá os bancos não apresentem uma proposta decente.

“A Contraf-CUT, conforme orientação do Comando, enviou carta à Fenaban manifestando disposição para o diálogo e resolver a Campanha na mesa de negociação. Também encaminhou ofícios aos bancos públicos, cobrando apresentação de propostas para as reivindicações específicas, e aos bancos privados, para exigir negociações sobre garantias de emprego”, afirma o diretor do Sindicato Eduardo Araújo, que integra o Comando Nacional dos Bancários e participa das negociações com a Fenaban.

A realização da assembleia no dia 12 para aprovar indicativo de greve para o dia 18, com assembleia organizativa no dia 17, é necessária para o cumprimento dos prazos exigidos pela legislação e informar a população sobre o movimento. “Após três dias de negociações (28 e 29 de agosto e 4 de setembro) frustradas com os banqueiros, e sem perspectiva de negociação, serão realizadas assembleias nesta semana em todo o país para demonstrar a unidade dos trabalhadores e exigir respeito dos bancos. Por isso é importante a participação de todos”, explica Araújo. 

Pesquisa do Dieese aponta que 97% dos 370 reajustes dos acordos salariais do primeiro semestre superaram a inflação calculada pelo INPC, do IBGE. Os ganhos ficaram, em média, 2,23% acima do INPC. Esse é o melhor resultado das negociações salariais desde 1996. Apenas duas categorias registradas no Sistema de Acompanhamento de Salários do Dieese tiveram reajustes abaixo da inflação. O departamento, no entanto, ressalta que a diferença é pequena, pois representa perda de 0,08%.

 

BB e Caixa

Representados na mesa com a Fenaban, o Banco do Brasil e a Caixa Econômica Federal também não apresentaram novas propostas aos trabalhadores e nem agendaram nova negociação. “Sem nova proposta e sem sinalização de negociação, só resta aos bancários partirem para a greve com força total”, observou o presidente do Sindicato e da CUT-DF, Rodrigo Britto.

 

Chega de truques, banqueiro!

“Os bancários esperavam que os bancos realmente apresentassem uma proposta decente, evitando uma paralisação. No entanto, mais uma vez os bancos se utilizaram de truques para enganar os trabalhadores”, criticou Eduardo.

Na avaliação do dirigente sindical, os bancos empurram os bancários para a greve mais uma vez. “Chega de enrolação. Se não nos valorizarem, vamos parar. Queremos uma proposta condizente com o lucro dos bancos, que ultrapassou os R$ 25 bilhões”, acrescentou o dirigente sindical, ao citar o lucro das seis maiores instituições financeiras do país somente no primeiro semestre de 2012.

 

Aos executivos, tudo; aos bancários, nada 

Ao citarem a crise financeira internacional e a ‘queda’ dos lucros para negar aumento para os bancários, os bancos se contradizem. Se para os trabalhadores não há dinheiro em caixa, para os executivos são reservadas verdadeiras fortunas e ainda com aumento real.

“Os bancos aumentaram os bônus de seus executivos e se utilizaram de artifícios contábeis para reduzir a lucratividade, além de continuarem demitindo trabalhadores, o que precariza as condições de trabalho, adoece os bancários e piora a qualidade do atendimento”, destacou Araújo.

Dados fornecidos pelas próprias instituições financeiras à Comissão de Valores Mobiliários revelam que a remuneração média dos diretores estatutários de quatro dos maiores bancos (Itaú, Banco do Brasil, Bradesco e Santander) em 2012 será 9,7% superior à do ano passado, o que significa um aumento real de 4,17%. 

A remuneração total dos diretores dos quatro bancos, que inclui as parcelas fixas, variáveis e ganhos com ações, soma este ano R$ 920,7 milhões, contra R$ 839 milhões em 2011. Cada diretor estatutário do BB embolsará este ano mais de R$ 1 milhão, os do Bradesco receberão R$ 4,43 milhões cada um, os do Santander R$ 6,2 milhões. E no Itaú saltou de R$ 7,4 milhões em 2011 para R$ 8,3 milhões este ano.

 

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Rodrigo Couto
Do Seeb Brasília