Solidariedade de classe: hoje e sempre

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Neste momento de desalento e angústia em que o mundo vive diante da pandemia da Covid-19, a solidariedade precisa ser mais contagiosa que o próprio vírus. É hora de olhar para o outro. De proteger e também de tranquilizar.

A solidariedade de classe é determinante neste período de incertezas. Mais uma vez, é ela quem sustentará nossa humanidade e a nossa dignidade.

Não podemos esquecer daqueles trabalhadores que cuidam dos outros, como é o caso, por exemplo, do pessoal da limpeza, vigilantes, enfermeiros, farmacêuticos, médicos e policiais, porque eles também precisam ser cuidados e protegidos.

Os bancários e bancárias de todo o país, representados por seus sindicatos, enfrentam com muita responsabilidade e propriedade essa intempérie e têm cobrado dos patrões, dos bancos, uma mudança de postura, de olhar, uma verdadeira responsabilidade social por parte das instituições financeiras.

Entendemos que o momento é de crise, uma crise extremamente aguda e desconhecida para todas as gerações de brasileiros. Diferentemente de outros povos, o povo brasileiro nunca experenciou nada parecido que os obrigasse a viver em isolamento, em quarentena.

Condições plenas de trabalho e proteção à vida

Este episódio exige mudanças de comportamento e de atitude. É neste sentido que as categorias naturalmente organizadas buscam seus direitos, exigindo condições plenas de trabalho e de proteção à vida, direito inalienável e supremo.

Os avanços da categoria bancária com relação às condições de trabalho são visíveis. Os Estados mostram isso. Até o início desta semana, cerca de 200 mil bancários e bancárias estavam em home office. Uma luta coletiva das representações sindicais Brasil afora, capitaneada pela Contraf-CUT, que resulta no estabelecimento do respeito à vida, num disciplinamento dos cifrões em relação à existência.

A Fenaban, em negociação no dia 23 de março, já apontava que até nesta quinta-feira (26), provavelmente esse número acresceria de mais 50 mil trabalhadores em home office, garantindo a proteção das famílias e da sociedade em geral, afinal o inimigo invisível não dorme no ponto.

Solidariedade de classe

Todavia, a preocupação do Sindicato se inicia com os bancários, mas não para por aí. A nossa preocupação, em solidariedade de classe, é com todos os trabalhadores em estabelecimentos bancários, independentemente do seu vínculo de emprego, do patrão ou do empregador.

Em mesa de negociação com a Fenabam, cobramos a responsabilidade dos bancos, que entendemos ainda que secundária, mas objetiva, no que se refere a estabelecer condições dignas e de respeito à vida para os trabalhadores terceirizados, por exemplo.

Cobramos a mesma uniformidade de informações com relação aos cuidados de limpeza, do trato sanitário e também a disponibilização de equipamentos de proteção individual e a liberação para home office ou dispensa do trabalho para todos os trabalhadores que estavam no grupo de risco, e de maioridade igual ou acima 60 anos.

Os trabalhadores do asseio e conservação, bem como os vigilantes, vivem dramas extremamente complexos e dolorosos do ponto de vista de sua organização diária, por que não dizer. Afinal de contas, as licitações e trocas de empresas significam um verdadeiro horror para esses trabalhadores que, via de regra, precisam recorrer aos tribunais e amargar por longos períodos de disputa judicial para recebimento do seu justo e sacrificado salário e direito.

Diante disso, o Sindicato quer dar visibilidade e mostrar a sua solidariedade incondicional no estabelecimento de condições dignas de trabalho para todos e para todas. Afinal a nossa luta é pela vida e pela proteção de cada companheiro e de cada companheira.

Por Kleytton Morais, presidente do Sindicato dos Bancários de Brasília