Sindicatos retomam Fórum em Defesa das Estatais do DF

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Em reunião ocorrida na quarta-feira (27), representantes dos bancários, dos trabalhadores da CEB, da Caesb e do Metrô rearticularam o Fórum em Defesa das Estatais do DF. Criado no início dos anos 2000, o fórum demonstra a resistência desses trabalhadores às tentativas dos governos de vender ou, de alguma forma, atacar as empresas estatais do DF.

Durante o encontro, os representantes dos trabalhadores foram unânimes ao afirmarem que as respectivas empresas estão na mira do governo Ibaneis, já que o novo governador disse explicitamente que existe a probabilidade de venda de partes da CEB e Caesb. O ataque ficou mais evidente com a aprovação pela CLDF da autorização para que o GDF renegocie sua dívida com o governo federal, uma vez que esta autorização permite a venda de estatais dos estados, conforme determina lei que a regula.

“O que se viu foi uma mudança de 180º nas ações do governador quando comparadas com seu discurso de campanha. Mesmo ele não se referindo explicitamente ao BRB e ao Metrô, não se pode confiar. Já foram veiculadas informações de que o governador pretende atuar no Metrô através de parceria público privada, o que é um caminho para a privatização. Quanto ao BRB, tem se falado em fazer dele uma agência de fomento, o que é muito diferente de um banco e muito menor também”, destaca o diretor do Sindicato e bancário do BRB, Ronaldo Lustosa.

GT

Além da rearticulação e retomada do Fórum, os representantes dos trabalhadores escolheram um grupo executivo, composto por dirigentes dos quatro sindicatos. O Sindicato e a Fetec-CUT/CN serão representadas por Ronaldo Lustosa e Samantha de Sousa, respectivamente.

Este grupo será responsável por coordenar e preparar as diversas ações apontadas como necessárias para levar este debate para a sociedade do DF. A atuação também chegará ao parlamento e ao próprio governo, demonstrando o que estas empresas representam e o que uma privatização pode gerar de dano aos clientes, consumidores e usuários de seus serviços.

Dentre as propostas de ação, estão:

1 – Elaboração de uma carta-compromisso a ser submetida a todos os parlamentares, cobrando destes o compromisso de votar contra qualquer medida de venda ou abertura de capital das estatais do DF, já que iniciativas desta natureza precisam ser submetidas à CLDF;

2 – Preparação de uma cartilha a ser entregue a todos os parlamentares e agentes públicos que possam contribuir com este debate;

3 – Preparação de materiais de divulgação que incluirão cartazes, outdoors, vídeos, panfletos, dirigidos à população do DF, mostrando os riscos da privatização e o péssimo resultado ocorrido em outros estados que o fizeram;

4 – Busca da sociedade civil organizada para debater a questão e mostrar os danos causados pela privatização. Serão procuradas entidades como CNBB, partidos políticos, entidades empresariais, associações de consumidores, Procon etc.;

5 – Organização de uma grande reunião com Sindicatos e associações de outras entidades representativas de servidores do DF para buscar apoio e solidariedade à luta em defesa das estatais do DF, mostrando o risco que a venda das estatais pode promover e que isto pode ser o início de um ataque aos empregados dessas e também de outros setores;

6 – Realização de uma audiência pública na CLDF para discutir o tema;

7 – Buscar diálogo com a bancada federal do DF para solicitar apoio à causa.

Participaram da reunião Eustáquio Ribeiro, Ronaldo Lustosa, Daniel de Oliveira, Cristiano Severo, Ivan Amarante e Samantha Sousa, diretores do Sindicato e da Fetec-CUT/CN.

Da Redação