Sindicato repudia terrorismo da Caixa com empregados e cobra negociação

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O presidente do Sindicato, Rodrigo Britto, encaminhou carta à Superintendência Nacional de Responsabilidade Social, Empresarial e Relacionamento com Empregado (Surse) repudiando a realização de uma pesquisa junto aos funcionários das áreas da empresa em processo de extinção em decorrência da reestruturação das Gerências de Administração de Fundos e Seguros Sociais (Gifus).

Para o Sindicato, a medida visa buscar respaldo dos empregados para as possíveis transferências conseqüentes da decisão unilateral da direção da empresa de centralizar as filiais. “Não bastasse causar instabilidade funcional e na vida privada dos empregados e de suas famílias, a empresa procura, de forma descabida, respaldo da própria vítima das mudanças para as possíveis transferências. É uma violência duplicada que se comete com os funcionários, já que eles, nem suas entidades representativas, foram ouvidos sobre a reestruturação. Agora, tenta-se jogar a responsabilidade para eles pela mudança dos locais de trabalho”, diz a mensagem.

A insegurança passada pelos empregados do banco é ainda maior pelo fato de a Superintendência ainda não ter sido confirmado o local onde será construída a segunda centralizadora das filiais em extinção, apesar do conselho de administração ter votado pela criação em Brasília e em São Paulo.

O documento ainda critica o autoritarismo, a falta de transparência e a ausência de informações confiáveis durante o processo e pede a suspensão imediata do processo de reestruturação e abertura de processo negocial para a volta à normalização do ambiente de trabalho.

Leia a íntegra do ofício encaminhado à superintendente da Surse, Ana Telma Sobreira do Monte.

 

Caixa impõe regras para transferência

A Caixa divulgou na última quinta-feira, 11 de março, a CI 012/10, da SURSE/SUAPE/SUDHU, em que impõe regras para os empregados que forem transferidos em decorrência do processo de reestruturação de filiais.

A Contraf-CUT e o Sindicato em diversas oportunidades solicitou na mesa de negociação esclarecimento sobre rumores de que esse processo estaria sendo gestado na Matriz, desde o final do ano passado, mas os representantes da empresa não forneceram maiores detalhes. Na semana passada os empregados foram surpreendidos com reuniões em diversas áreas de filiais sendo comunicados da extinção de algumas e fusões de outras unidades.

"A Caixa ao fazer a reestruturação rém não pode esquecer que há empregados envolvidos, que têm suas vidas e de seus familiares estruturadas em torno de sua lotação, e não podem de uma hora para outra ser transferidos de município, ou ter sua remuneração reduzida", afirma Jair Ferreira, coordenador da Comissão Executiva dos Empregados do banco (CEE/Caixa).

Dentre os itens anunciados, um é relativo aos processos seletivos internos (PSI) e propõe que durante um período de 90 dias os empregados ocupantes de cargos em comissão nas áreas readequadas poderão ocupar cargos em comissão de mesmo nível remuneratório em outras unidades, sem necessidade de PSI. Outro ponto é que poderão ocorrer condições flexibilizadas para os PSI, visando promover e garantir a retenção de conhecimentos (dentro da própria unidade ou do processo).

Além disso, para todos os cargos em comissão será acrescido o benefício adicional de 60 dias para as regras vigentes de Asseguramento.

Caso o empregado concorde com a transferência de município, será paga uma ajuda de custo de duas Remunerações Base, sem limitação, pagamento das despesas com mudanças, para o empregado e seus dependentes e cinco dias de trânsito consecutivos com freqüência livre, a ser utilizado em até 365 dias e pagamento de 60 dias de hospedagem em hotel.

Na CI a Caixa também informa que as vagas oriundas de empregados desligados pelo PAA (Plano de Apoio à Aposentadoria) serão priorizadas para os empregados das unidades que sofrerem mudanças.