Sindicato realiza ato em defesa da Caixa

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Em parceria com a Federação Nacional das Associações de Pessoal da Caixa Econômica Federal (Fenae) e a Associação do Pessoal da Caixa do DF (Apcef-DF), o Sindicato realizou nesta quarta-feira, no Teatro dos Bancários, mais um ato da campanha “O Brasil precisa da Caixa”. O objetivo é reafirmar a importância dos princípios que norteiam a política de atuação do maior agente social do governo federal e dos seus empregados num momento em que o banco tem sido alvo de ataques dos senadores e deputados da oposição e da imprensa.

O manifesto da campanha, divulgado pela Diretoria Executiva da Fenae e já subscrito por 27 associações do pessoal, cinco entidades do Movimento Caixa, 20 sindicatos de bancários, três federações, seis entidades não-bancárias e nove personalidades também foi entregue aos participantes.

No próximo dia 22, as Apcefs de todo o Brasil vão organizar atividades simultâneas da campanha. Será o dia nacional de luta em defesa da Caixa, aprovado Conselho Deliberativo Nacional (CDN) da Fenae.

O evento, coordenado pelo presidente da Fenae, José Carlos Alonso, reuniu funcionários do banco, representantes de entidades da sociedade civil, lideranças sindicais e políticas, que fizeram uma reflexão sobre a importância do Caixa e de seus empregados ao longo desses 145 anos do banco em prol do desenvolvimento do país. A presidente do banco, Maria Fernanda Coelho, e a vice-presidente da Tecnologia, Clarice Coppetti, estiveram no Sindicato pouco antes do início do ato.

Abaixo, os principais trechos da participação dos convidados.

José Carlos Alonso, presidente da Fenae: fez um breve histórico do papel da Caixa como banco público, desde a sua fundação, quando recebia depósitos de escravos para a compra da alforria, até os dias de hoje. “Em 145 anos, a Caixa vem atuando sempre preocupada com as demandas da população brasileira, recebendo a confiança dela”, destacou.

Para o presidente da Fenae, a Caixa tem trabalhado como principal pilão das políticas sociais da União. Por isso, quando a Caixa vai mal, o Brasil vai mal. Ele explicou: “Nos anos de gestão neoliberal, quando se tentou privatizar o banco, não houve investimentos da área de habitação e saneamento básico, por exemplo. Era uma política que só aumentava as desigualdades sociais. E são essas mesmas forças que agora atuam na tentativa de inviabilizar a atuação da instituição”, alertou.

 

Jacy Afonso, presidente do Sindicato: resgatou as lutas do movimento sindical, a partir da década de 80, que envolveram bancos públicos por conta de interesses políticos – a exemplo do que vem ocorrendo hoje com a Caixa.

Ele defendeu a Caixa enquanto agente público compromissado com os projetos sociais do governo federal e ressaltou que o envolvimento das lideranças sindicais, da sociedade civil organizada e dos governantes precisa necessariamente ser na defesa dos bancos públicos em geral. “É um desafio para evitar o retorno do projeto de Estado mínimo que vigorou no governo de Fernando Henrique Cardoso”, afirmou.

Carlos Braga, vice-presidente de Transferência de Benefícios da Caixa: comparou os feitos do banco no governo anterior com o atual. Mencionou o cumprimento das propostas apresentadas ao então candidato Lula à Presidência e frisou as prioridades da instituição nesse momento da administração federal, além de defender a tese de que os bancos públicos podem desenvolver projetos que dêem resultados.

 

Ismael Artur Galeazzi, presidente da Apcef-DF: afirmou que a sociedade precisa de iniciativas como a promovida pela Fenae, Apcef e Sindicato dos Bancários de Brasília. De acordo com ele, somente o engajamento permanente terá efeito na defesa dos interesses da Caixa e da sociedade.


Guilherme Lacerda, presidente da Funcef
: acredita que o início desse movimento em defesa da Caixa e dos seus empregados é um espaço de discussão que deve ser levado a todo o Brasil, ampliando a questão da situação da instituição financeira e dos demais bancos na sociedade de mercado.

“Precisamos valorizar a experiência da Caixa nesses três últimos anos e mostrar o papel de uma entidade corporativa”, disse ele, lembrando que os fundos de pensão também estão envolvidos no que ele chamou de emaranhado de denúncias. Mas emendou: “Fomos jogados nesse cenário, porém fazemos uma gestão limpa e com resultados positivos”.

Geraldo Magela, ex-presidente do Banco Popular: defendeu o engajamento de toda a sociedade na campanha "O Brasil precisa da Caixa". Disse que os ataques virulentos da oposição se dão por conta do reconhecimento do que o banco vem cumprindo e pode cumprir no governo. Age, dessa forma, de forma descompromissada. "A Caixa é um instrumento imprescindível para o desenvolvimento social".

 

Erika Kokay, bancária da Caixa e deputada distrital: disse que o embate travado contra a Caixa é de cunho ideológico e que o que está em jogo na onda de denúncias envolvendo o banco são projetos políticos conflitivos. “O debate posto não é uma questão ética e moral, como querem que pareça ser, mas um conflito de classes”, defendeu. “Os opositores tentam a todo custo desviar o foco da discussão”.

Para Erika Kokay, a Caixa hoje se transformou num instrumento de desenvolvimento da nação, mérito do governo Lula. E arrematou: “Não vamos construir o Brasil que queremos sem a Caixa. Nossa responsabilidade é defendê-la”.

Deputado federal Zezéu Ribeiro: abordou a importância da Caixa para a população, mencionando o fato de que ela é o único banco presente em todos os municípios do Brasil. Afirmou que a empresa está inserida num processo que visa acabar com o país por meio do retorno do ideário neoliberal de Estado mínimo, mas conclamou todos à defesa do banco. “Esta não deve ser uma luta de corporação e sim de todo o povo”.

 

Bancário e deputado federal José Pimentel: argumentou que é preciso promover o debate sobre o que a Caixa fez em benefício da sociedade brasileira, como o processo de “bancarização” que contemplou a população de baixa renda. Ou seja: os mais pobres, que antes eram excluídos do acesso aos serviços bancários, hoje podem fazê-lo. Segundo ele, essas conquistas são resultados da política do governo voltada para os excluídos, que podem ser extintas com o retorno do governo tucano.

 

Maria das Graças Xavier, da Central dos Movimentos Populares: defendeu a Caixa como banco público na condução de políticas que atendam as necessidades das comunidades carentes e criticou as iniciativas de privatização, citando os prejuízos à população causados pela desestatização da Eletropaulo, em São Paulo, e das empresas de Telefonia, que ocasionou o aumento nos preços de tarifas, pesando no bolso de quem não pode pagar.

 

Sidnei Antônio Pita, da União dos Movimentos Populares: disse que, com o fim do monopólio da Caixa a partir de 2003, início do governo Lula, o banco priorizou projetos sociais como diretrizes da gestão. Criticou duramente as privatizações do governo FHC e defendeu a Caixa como banco de todos os brasileiros.