BB: Sindicato realiza ato contra retaliações às bancárias

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Contrário à posição do Banco do Brasil de transformar um direito em punição, o Sindicato realizou um ato nesta quarta-feira (9), em frente ao edifício sede do BB (Green Towers), no Setor de Autarquia Norte (SAN). Os bancários paralisaram por duas horas – das 7h às 9h – uma das principais dependências da empresa em apoio às bancárias, contra o assédio moral institucionalizado praticado pelo banco.

O Sindicato cobra do BB mudança de postura em relação à aplicação do artigo 384 da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A norma legal instituiu o intervalo de 15 minutos antes do início do período extraordinário de trabalho. Porém, em vez disso, o BB ampliou a jornada da mulher em mais 15 minutos.

“Esse ato é para mostrar ao Banco do Brasil que ele não pode ficar intransigente com a nossa pauta de negociação. Nós temos que levar esta pauta até o final e não aceitamos o que o banco vem fazendo com as mulheres”, enfatizou o presidente do Sindicato, Eduardo Araújo, que também é funcionário do BB. 

Araújo destacou que esta é a primeira paralisação da Campanha Nacional 2015 para mostrar que a categoria unida tem condições de mudar a posição da empresa. “É possível fazer uma cláusula que beneficie as mulheres e que também seja segura para o banco. Diferente do que quer a Direção de Pessoas do BB, que está acostumada a retaliar as pessoas e discutir apenas o que é de interesse da empresa”, arrematou.

O diretor do Sindicato Jeferson Meira disse que “o Sindicato está em constante contato com as bancárias e que vai realizar uma plenária para discutir conjuntamente com as trabalhadoras o melhor encaminhamento para essa questão”. Segundo ele, esse formato (plenária) garante a democracia e a melhor tomada de decisões.  

Jeferson fez duras críticas à postura do BB. “Ao alterar, de forma unilateral, a Instrução Normativa (IN) que regula a jornada extraordinária para bancárias, o banco demonstra que quer expor os sindicatos dos Bancários de Brasília, do Amapá e do Pará, mantendo a punição aplicada às mulheres somente nessas unidades da Federação”.

“Não vamos permitir que o BB  continue retaliando as mulheres dessa forma. Por isso vamos continuar a realizar manifestações e debater com as bancárias os melhores encaminhamentos para o tema”, frisa Teresa Cristina, diretora do Sindicato e bancária do BB. 

Empenho na defesa da categoria

A diretora do Sindicato e assessora de Recursos Humanos na Diretoria Gestão de Pessoas do BB Maria Mônica destacou a necessidade da atuação do Sindicato, que se empenha em defender a categoria e, neste caso, o direito da bancária. “Esse ato é importante para mostrar a indignação das mulheres contra a retaliação do BB”, ressaltou.

Maria  Mônica complementou: “Neste momento de campanha salarial, além de se recusar a negociar conosco, o banco mantém, sem consultar as mulheres, a medida abusiva só em Brasília. Isso foi uma retaliação”. 

Nova plenária vai discutir os 15 minutos

Em função do calendário da Campanha Nacional 2015, o Sindicato convoca reunião para avaliar os desdobramentos desse posicionamento do banco para o dia 15 de setembro (terça-feira), às 19h, em sua sede na 314/315 Sul.

Mariluce Fernandes

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Rosane Alves 

Do Seeb Brasília